O Brasil venceu o Egito por 1 a 0 e se classificou hoje (31) para as semifinais do futebol masculino nas Olimpíadas de Tóquio. O gol foi marcado por Matheus Cunha aos 36 minutos do primeiro tempo num jogo de domínio em Saitama.
É a quarta vez consecutiva que a seleção brasileira entra na disputa por medalha na competição. Bronze em Pequim-2008, prata em Londres-2012 e ouro na Rio-2016, a equipe luta pelo bicampeonato olímpico, segundo o UOL.
Pela semifinal, o Brasil enfrenta o México na terça-feira (3), às 5h, no Estádio Kashima. Do outro lado da chave, Japão e Espanha duelam a partir de 8h.
O artilheiro das Olimpíadas teve atuação fundamental na classificação do Brasil, mas com uma assistência precisa para o gol de Matheus Cunha no primeiro tempo. Segundo as estatísticas ele deu outros dois passes-chave, como são chamados aqueles lances que deixam alguém na cara do gol. Solidário e participativo, está cada vez mais à vontade como a estrela do time jogando como um centroavante que tem liberdade para cair pela esquerda, fazer tabelas, gerar chances em bola parada ao sofrer faltas durante suas boas movimentações e finalizar.
Dá tempo de corrigir
O Brasil dominou quase o tempo todo contra o Egito, mas houve riscos. A dupla de zaga Diego Carlos e Nino não errou de forma decisiva, mas mostrou insegurança em alguns lances, como num chute de Tawfik depois de rebatida sem firmeza e num cabeceio sozinho de Mohsen após cobrança de escanteio — uma jogada manjada na primeira trave, além de uma série de faltinhas nas tentativas de bola longa que podiam gerar chances. Hoje deu tudo certo, mas é bom lembrar que a seleção sofreu três gols na primeira fase, sendo dois em bolas aéreas.
Domínio e chances perdidas
O clichê do “jogo de paciência” fez muito sentido hoje, porque o Egito foi escalado com uma linha de cinco defensores, quatro meio-campistas (sendo três deles mais defensivos) e somente um atacante. A ideia desde o começo era clara de tirar espaços, se defender bem e arrastar o jogo contra um adversário melhor. Do outro lado, André Jardine decidiu romper com outro clichê famoso no futebol, que é o técnico “morrer abraçado com suas convicções”, e corrigiu dois problemas que o time teve na primeira fase ao centralizar Claudinho e não deixá-lo disputando espaço com lateral do lado esquerdo e acionar Antony numa faixa mais adiantada onde ele pudesse definir as jogadas e não só preparar.
O Egito impôs dificuldade com uma marcação muito forte, mas o Brasil não variou seu comportamento e criou jogadas de todas as formas até conseguir balançar as redes com movimentação de Claudinho pelo centro, inteligência de Richarlison do lado esquerdo e faro de gol de Matheus Cunha. Antes disso as melhores chances tinham sido em troca de passes dos dois atacantes e também numa chegada de Antony após passe longo — ou seja, com o atacante mais perto da área.
A lógica do segundo tempo continuou igual, pelo menos no comecinho. Antony deu um elástico impecável que gerou chance boa para Claudinho e Matheus Cunha tentou um toquinho por cima do goleiro El-Shenawy, tudo isso em três minutos. Também cedo o próprio Matheus Cunha sentiu o músculo da coxa esquerda e precisou ser substituído.
O Egito procurou aproveitar esse momento para se soltar mais para o ataque e deixou espaços que o Brasil aproveitou para… perder mais oportunidades de gol, mas desta vez com alterações. Reinier, Malcom e Paulinho tentaram, mas não conseguiram resolver um jogo que podia ter terminado com calma, mas teve momentos de tensão no fim com pressão do Egito. Por sorte não passou de pressão.
O gol
O Brasil abriu o placar aos 36 minutos do primeiro tempo. Claudinho arrancou com a bola dominada desde o meio-campo e tocou do lado esquerdo para Richarlison, que observou a chegada de Matheus Cunha e fez o passe na medida para domínio e finalização no cantinho.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 x 0 EGITO
Competição: Jogos Olímpicos de Tóquio, quartas de final
Local: Estádio Saitama, em Saitama (Japão)
Data/hora: 31 de julho de 2021 (sábado), às 7h (de Brasília)
Árbitro: Chris Beath (Austrália)
Assistentes: Anton Shchetinin e George Lakrindis (ambos da Austrália)
VAR: Marco Guida (Itália)
Cartões amarelos: Antony (Brasil), Tawfik (Egito)
GOL: Matheus Cunha, aos 36/1ºT (1-0)
BRASIL: Santos; Daniel Alves, Diego Carlos, Nino e Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães e Claudinho (Reinier, aos 19/2ºT); Antony (Malcom, aos 19/2ºT), Matheus Cunha (Paulinho, aos 8/2ºT) e Richarlison (Gabriel Menino, aos 46/2ºT). Técnico: André Jardine.
EGITO: El-Shenawy; Karim El-Raki (Ashour, aos 17/2ºT), Osama Galal, Hegazy, El-Wench e Ahmed Fotouh; Tawfik, Taher Mohamed (Maher, aos 38/2ºT), Hamdy (Mansy, aos 38/2ºT) e Sobhi; Ahmed Rayan (Mohsen, aos 17/2ºT). Técnico: Gharib Shawky.