Um levantamento feito pelo Instituto Datafolha divulgou, neste sábado (10), uma pesquisa que indica o apoio da maioria dos brasileiros ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Desde abril de 2020, quando o instituto começou a questionar esta possibilidade à população, essa é a primeira vez que o Datafolha registra esse percentual de rejeição ao atual presidente. Ao todo, 2.074 pessoas maiores de 16 anos foram entrevistadas, nos dias 7 e 8 de julho. 54% se posicionaram a favor do processo que deve ser iniciado pela Câmara dos Deputados, ante 42% que são contrários à iniciativa.
Em pesquisa realizada anteriormente, nos dias 11 e 12 de maio, constou que 49% aprovavam a ação contra Bolsonaro, enquanto 46% desaprovavam, porém, ainda constava empate técnico. Na nova pesquisa, essa diferença aumentou.
A imagem do governo perante a população tem se deteriorado à medida que as investigações envolvendo as escolhas na administração da pandemia no país tem se intensificado.
Provas desse desgaste estão nas diversas manifestações que ocorrem no Brasil, além do superpedido de impeachment contra o presidente, assinado, inclusive, por políticos que apoiavam Bolsonaro no passado.
Segundo a pesquisa do Datafolha, o perfil que mais defende o impeachment é composto por mulheres (59%), jovens (61%), mais pobres (60%, no grupo mais volumoso da estratificação econômica da pesquisa, 57% da amostra) e moradores do Nordeste (64%).
Os índices mais altos de quem aprova o impeachment são encontrados entre os que se declaram pretos (65%) e homossexuais ou bissexuais (77%).
Com relação ao apoio ao presidente, o perfil se mantém representado pelos mais velhos (49% de rejeição a processo), evangélicos (56%), quem ganha de 5 a 10 salários mínimos (62%), mais ricos (59%) e empresários (68%, mas um grupo com apenas 2% da amostra).
Quanto aos índices em cada região, 52% aprovam o processo de impeachment do presidente no Norte e Centro-Oeste contra 46% que desaprovam. No sul esse índice se equivale com 49% para cada lado— essas ainda são as regiões mais bolsonaristas do país.
