Milhares de indianos teriam sido vítimas de um esquema criminoso que vende vacinas falsas contra o coronavírus, em Mumbai, no estado de Maharashtra, no oeste do país. Segundo as autoridades que investigam o caso, médicos e profissionais da área médica também estavam envolvidos esquema.
Pelo menos 12 campanhas de vacinação falsas foram realizadas perto do centro financeiro de Mumbai, disse Vishal Thakur, um alto funcionário do departamento de polícia de Mumbai.
“Eles estavam usando água salinizada (soro fisiológico) e injetando-a”, disse Thakur. “Fizeram isso em todos os postos de vacinação falsos que criaram”, completou.
Os envolvidos cobravam taxas de suas vítimas pelas doses, chegando a faturar até US$ 28.000, no total (R$ 141.808). Segundo Thakur, estima-se que 2.500 pessoas receberam injeções falsas.
Até o momento, 14 pessoas foram presas sob suspeita de trapaça, tentativas de homicídio culposo, conspiração criminosa e outras acusações. A polícia continua as investigações e mais prisões podem ocorrer, afirma Thakur.
Entre abril e maio, a Índia viveu seu pior momento na pandemia. Uma segunda onda do vírus infectou milhões e matou dezenas de milhares em todo o país.
Após redução dos casos diários, a pressão que vivia o sistema médico se aliviou, o que possibilitou que as autoridades intensificassem seu programa de vacinação durante a recuperação do país.
Em junho, o primeiro-ministro Narendra Modi anunciou uma campanha centralizada de vacinas, na qual uma proporção significativa das doses seria fornecida gratuitamente aos estados pelo governo central.
Logo depois, o país administrou um recorde de 8 milhões de vacinas aplicadas em um dia – um “bom” sinal da aceleração do programa, segundo o primeiro-ministro.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, mais de 62 milhões de pessoas, cerca de 4,5% da população indiana, já foi totalmente vacinada.
As campanhas de vacinação falsa ocorreram entre o final de maio e o início de junho. As autoridades começaram a investigar depois que algumas das vítimas do golpe, suspeitando dos certificados de vacinação que receberam, denunciaram o fato à polícia.