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DJ Alok e a cidadania

Alok na abertura do Festival ABCR

Participei esta semana  do Festival ABCR – o evento anual da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, da qual faço parte há alguns anos, que encerrou ontem. Este ano digital, assim como em 2020, o evento é a maior conferência do setor da América Latina, um grande hub de conteúdo sobre captação, terceiro setor, tendências e causas, mas é sobretudo um encontro diverso, entre as pessoas que precisam ou buscam captar recursos ou ainda se dedicam a contribuir para um mundo mais humano por meio de apoio às causas sociais.

São grandes e pequenas empresas, pessoas físicas experientes ou não, que se juntam em 3 dias para trocar ideias sobre caminhos para a transformação social.

Nesta edição, uma das estrelas do evento foi o DJ Alok- considerado o 5º melhor DJ do mundo, que numa entrevista superinteressante – disponível apenas para inscritos no evento – conversou sobre o Instituto Alok, que criou em 2020.

Não é raro ver personalidades do mundo artístico escolherem sua causa e dedicarem parte de seus recursos a elas criando institutos. Nesse caso, o raro, foi conhecer um pouco mais do Alok sob a perspectiva da ação social, do futuro das pessoas e da cidadania.

Para início de conversa, o Alok fala da origem indiana de seu nome – que significa luz  e também “fora deste mundo” – e de suas vivências durante a pandemia, como a alegria de ter se tornado pai, além de explicar aonde quer chegar com o IA – organização que busca a gerar oportunidade para jovens e mulheres na área do empreendedorismo, no Brasil, África e Índia, países onde ele tem uma forte base de fãs.

O Instituto Alok, assim, já nasce global, ajudando crianças na Índia e outras causas em Moçambique, por exemplo.

Com 3 eixos bem delineados, gastronomia social, empreendedorismo e expansão da consciência, Alok explica que a criação do Instituto veio da vontade de estruturar seus sentimentos com relação às causas sociais e à necessidade de atuar com mais inteligência e assim poder contribuir de forma mais assertiva. Ele aportou no IA 27 milhões de reais.

Alok trouxe lições muito tocantes vindas de um jovem, como por exemplo a descoberta de que o medo que sentia não era da morte, mas sim de uma vida sem sentido. Ele fala na entrevista que descobriu estar aqui para servir e nos conecta a uma geração de jovens que pode ser incentivada a se aproximar de ações voltadas para fomentar a cultura de doação. Foi assim que em 2019 se aproximou dos games como canal para a mudança que procura.

A indústria de games é hoje duas vezes maior do que a indústria da música e do entretenimento juntos. Ao ser procurado pela empresa que produz um dos mais acessíveis jogos da atualidade, o Free Fire, Alok precisava escolher uma hábilidade do personagem que levaria seu nome. Foi assim que ele escolheu o superpoder da cura para seu avatar. Isso em 2019, às vésperas da pandemia da COVID19.

Essa conexão com os jovens tem sido definitiva para que Alok realize o que planeja para um futuro mais bacana para todos. Segundo ele, a atenção é o maior ativo da juventude e conseguir ser percebido é uma enorme oportunidade para inspirar e influenciar o subconsciente coletivo.

Ao final da entrevista, o DJ reafirma que sucesso para ele é servir e que aprendeu observando seus filhos que a inspiração vem do exemplo, já que as crianças não fazem exatamente o que ele fala, mas repetem o que ele faz.

Enfim, ele questiona: que filhos vamos deixar para esse mundo?

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