O movimento feminista no Brasil ainda tem muito o que conquistar, mas nunca devemos esquecer da luta das mulheres que já fizeram sua história e nos deixaram vitórias importantíssimas. Esta quarta-feira, 24, é marcada pelo Dia da Conquista do Voto Feminino e trouxemos 5 mulheres que foram essenciais nesse processo para você conhecer e se inspirar!
O voto feminino foi uma conquista oficializada no ano de 1932, mas a luta das mulheres já havia começado muito antes – no final do século XIX – e durou mais de 50 anos, provando que mulheres são mesmo muito fortes e determinadas! Naquela época, o país estava vivendo um momento de transição política: era o início de uma República e todos esperavam ideias um pouco mais democráticas para levar o Brasil à frente, conta o Purebreak.
Foram várias tentativas frustradas até que o voto feminino e secreto foi apresentado no Código Eleitoral Provisório de 1932, que declarava como eleitor “o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo”. Mas, claro, nem tudo estava resolvido. Apenas as mulheres casadas com a permissão do marido ou as viúvas e solteiras com renda própria – em todos os casos pessoas alfabetizadas – podiam votar ou serem votadas.
Dois anos depois, essas especificações (sem noção nenhuma) foram retiradas. Porém, o voto continuava a ser facultativo para as mulheres enquanto era obrigatório para os homens. Finalmente, em 1946 o voto feminino é considerado como obrigatoriedade para a população feminina. Hoje em dia, já vemos mais meninas e mulheres se interessando pelo feminismo para continuar com os avanços, e isso é ótimo! Preparamos, então, uma lista com 5 mulheres que foram super importantes para a conquista do voto feminino e temos certeza que você, feminista ou apoiador da causa, vai adorar conhecê-las!
1. Josefina Álvares de Azevedo (1851 – 1913)
Escritora, jornalista e uma das precursoras do feminismo no Brasil, Josefina criou o jornal “A Família” em 1888, um ano antes da Proclamação da República. O periódico se tornou um meio de propaganda do direito ao voto para as mulheres. Josefina publicava artigos dizendo que a igualdade desejada e prometida pelo período republicano não seria alcançada sem o direito ao voto feminino. Faz todo sentido, né?!
Os homens em geral viam isso como bobeira, mas a jornalista seguiu em frente e fez também uma peça teatral para marcar o sufrágio feminino. O nome da obra era “O Voto Feminino”, escrita em 1890 e encenada diversas vezes no Rio de Janeiro. A peça chegou até a França, onde as mulheres também não podiam votar ainda.
2. Leolinda de Figueiredo Daltro (1859 – 1935)
Leolinda nasceu na Bahia e se formou como professora. Ela criou seus cinco filhos separada do marido e sempre envolvida na política, defendendo os direitos das mulheres e dos indígenas. Em 1910, fundou o Partido Republicano Feminino (PRF), primeira organização a liderar o movimento sufragista no país. Com o grupo, fazia passeatas para cobrar o direito ao voto feminino e também exigia condições dignas de trabalho e educação para as mulheres. O partido de Leolinda e suas ações foram inspirados no movimento sufragista inglês. Mesmo tendo sido uma pessoa incrível, forte e determinada – como podemos ver aqui – a professora era apelidada de “mulher do diabo”. Estão vendo, mulheres, como às vezes não devemos ligar para os julgamentos?
3. Bertha Lutz (1894 – 1976)
Bióloga, ativista e política brasileira, Bertha foi a segunda mulher a ser aprovada em concurso público no país. No ano de 1920, fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher (LEIM), uma das organizações mais importantes para a conquista do voto feminino. Dois anos depois, a associação recebeu um novo nome: Federação pelo Progresso Feminino. O movimento não se restringia apenas à luta pelo voto, mas buscava garantir maiores direitos para as mulheres na sociedade em geral e na vida política. Os pilares da organização eram a inserção da mulher no mercado de trabalho, o direito à educação e, claro, o voto feminino.
4. Alzira Soriano (1897 – 1963)
Luiza Alzira Teixeira Soriano foi a primeira prefeita a ser eleita no Brasil. Após uma eleição em que os votos das mulheres foram todos anulados – antes da garantia plena do direito ao voto feminino -, a candidata da cidade de Lages, no Rio Grande do Norte, ganhou com 60% dos votos. Lembra do movimento feminista de Bertha Lutz? Pois é, Alzira foi a escolhida para representá-lo nas eleições e contou também com o apoio do governador do estado na época, Juvenal Lamartine.
O marco aconteceu em 1928 e Alzira só ficou no cargo por dois anos, interrompido pela Revolução de 30. Ela chegou a ser convidada para permanecer, mas não concordava com a política de Getúlio Vargas. Quando esteve no poder, dedicou-se a melhorar a infraestrutura da cidade e investiu na construção de escolas. Em 1945, com a democratização no Brasil, ela voltou a ser prefeita da cidade de Lages.
5. Celina Guimarães Viana (1890 – 1972)
Celina foi a primeira eleitora no Brasil e isso por si só já seria um marco super importante, mas a parte mais interessante é que isso aconteceu antes mesmo de 1932, o ano em que o voto feminino foi oficializado. Em 1928, o Poder Judiciário local autorizou que as mulheres se alistassem para votar em uma eleição complementar para o Senado. Celina foi a primeira a conseguir o direito e ainda enviou um telegrama ao Senado Federal pedindo que todas as mulheres brasileiras pudessem votar.