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Braga, Amazonino e Omar Aziz gastaram, juntos, mais de R$ 75 mi com o aluguel de aeronaves, em 18 anos

Três ex-governadores do Amazonas, Amazonino Mendes (Podemos), Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), gastaram, juntos, mais de R$75 milhões com aluguel de aviões durante suas gestões no Governo do Amazonas. Na última semana, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), foi alvo de críticas por manter o mesmo contrato firmado há 18 anos no aluguel de aeronaves.

De acordo com levantamento feito pelo site O PODER com base nos dados divulgados no Portal da Transparência do Estado, Braga, Mendes e Aziz juntos gastaram, em 18 anos, a quantia de R$ 75.299.455,49 com aluguel de aeronaves e jatinhos para viagens estaduais, interestaduais e até mesmo internacionais.

Com o valor de mais de R$ 75 milhões, o Estado poderia ter investido na construção de três hospitais com capacidade para mais de 300 leitos ou também ter sido gasto em obras de pelo menos três Centros de Educação de Tempo Integral (Cetis) no interior do Amazonas.

O deputado de oposição Dermilson Chagas (Podemos) foi, durante o governo de Amazonino Mendes (2017-2018), de sua base aliada e se manteve em silêncio sobre o mesmo contrato renovado pelo governador Wilson Lima. O que nos leva a crer, que quando favorece aos seus, está tudo bem, mas se é utilizado por seus opositores está errado.

Ainda conforme informações do Portal da Transparência, de outubro de 2017 a dezembro de 2018, Amazonino gastou R$ 13.176.405,18 com o aluguel de jatinho executivo.

Chagas calou-se durante a gestão anterior, mas com a atual gestão reclama, juntamente com os deputados Wilker Barreto e Delegado Péricles, que Wilson Lima está gastando na locação de aeronave do tipo Jato Executivo, o valor de R$ 9,3 milhões, pelo período de 12 meses.

 

Gastos com aluguel de aeronaves nos últimos anos

Conforme informações do Diário Oficial do Amazonas (DOA), no período de 2000 a 2018, o gasto com aeronaves tipo CESSNA Caravan Anfíbio chegou ao valor de R$ 62.123.050,31. Na gestão de Amazonino Mendes (1999-2002), foram repassados com o aluguel de aeronaves R$ 4.082.142,81.

No governo Eduardo Braga (2003-2010), o Estado pagou R$ 26.307.147,5 pelo aluguel de aviões e durante a gestão de Omar Aziz (2010-2014), o Amazonas gastou R$ 31.733.760 com aluguel de aeronaves, ou seja, este último gastou quase a metade do valor usado por seus antecessores.

Falta de política pública

Para o economista Erivaldo Lopes, a cultura da gestão pública brasileira nunca bancou a austeridade, ou seja, que pensa em fazer mais pela população e gastar menos os recursos públicos. “Esses valores detonam que faltou nos governos anteriores competência e gestão pública proativa para desenvolver o Estado, ocorreu falta de política pública”, afirma o economista.

Lopes também destaca que esse valor poderia ter sido aproveitado nas áreas de Saúde, Educação, Infraestrutura e dentre outras áreas no Amazonas. “Manaus e o interior do Estado sofrem com problemas sérios. Esses valores poderiam ser investidos na periferia, principalmente, na questão do tratamento de esgoto, saneamento básico, além de levar uma água de boa qualidade para a população carente. Quando você vê recursos absurdos como esses usados apenas para deslocamento de governadores, sendo que esses gestores poderiam usar só aviões comerciais isso, só nos remete a pensar que os governos não fizeram um planejamento correto dos seus gastos”, explicou.

Máquina pública

A professora e vice-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), economista Denise Kassama, relata que não se lembra de nenhum governador do Estado que usou 100% de aviação comercial. Segundo ela, devido à questão de logística e locomoção interna no Estado do Amazonas, o uso de aeronaves é necessário, no entanto, isso é característica da de mal uso da máquina pública.

“Geralmente essas viagens são acompanhadas de amigos, parentes ou até o staff do governo, que quer só acompanhar o governador e está aliada ao próprio custo dos jatinhos, e também das diárias. É um triste histórico para o Amazonas e com certeza fez falta para algum projeto. Temos uma parcela da população na pobreza extrema e a própria dificuldade do caboclo, ribeirinho. Então são recursos que poderiam ter sido aplicados em prol do Estado e foram parcialmente mal utilizados”, disse Kassama.

*As informações são do site O Poder.

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