Em entrevista ao Antagonista, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), nesta quarta-feira, dia 22, disse que a situação na capital do Amazonas é “completamente calamitosa” e que as imagens do caos funerário são resultado do colapso do sistema de saúde.
Na entrevista, Arthur Neto admitiu que os amazonenses estão morrendo em casa, por falta de atendimento médico. Entre os dias 12 e 19 de abril, 656 corpos foram enterrados em cemitérios da cidade: uma média de 82 sepultamentos por dia, frente aos 28 registrados na média de 2019. As valas comuns continuarão sendo construídas, mas a prefeitura passou a orientar as famílias que optem pela cremação dos corpos de seus familiares.
“Começou muito difícil, rapidamente virou emergencial e hoje eu diria que ela é completamente calamitosa. Estamos tentando contornar o caos funerário com a criação incessante de covas. Muitas famílias estão incomodadas com a falta de velório, daquela coisa tradicional, que tem a ver com a questão religiosa do país. Mas não pode agora. Quanto menos aglomerações, melhor”, declarou o prefeito. A entrevista na integra está no Antagonista, site de grande repercussão nacional.
O Amazonas registrou, nesta quarta-feira, dia 22, mais 209 casos de Covid-19, totalizando 2.479 casos confirmados do novo coronavírus no Estado, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Também foram confirmados mais 16 óbitos pela doença, elevando para 207 o total de mortes.
Caos na saúde pública estadual
Ainda na entrevista, o prefeito diz que o caos na saúde no Amazonas é consequência de administrações passadas. “Sucessíveis governos foram enfraquecendo a Secretaria de Saúde. Essa interpretação de não ter se preparado é ingênua”, declarou.
