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Atividade de manejo do jacaré no Amazonas é destacada por Wilson Lima em reunião com secretário nacional de Aquicultura e Pesca

Governo do Estado já realizou abates experimentais da espécie e incentivou pesquisas

Em visita ao município de Tefé, nesse sábado (17/10), o governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou os esforços do Governo do Estado para destravar e tornar realidade o manejo do jacaré. Os avanços viabilizam uma nova atividade econômica legalizada para ribeirinhos, pescadores e a população que já têm a expertise do manejo do pirarucu.

Wilson Lima esteve acompanhado do secretário nacional de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior, visitando a Feira do Pirarucu de Manejo de Tefé. Realizada no Mirante das Mangueiras, área central do município, a feira também conta com produtos da agricultura familiar e envolve pescadores das colônias Z-4, de Tefé; e Z-23, de Alvarães, beneficiando diretamente cerca de 120 famílias que vivem da pesca sustentável do pirarucu.

“Nós estamos trabalhando muito, através da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), junto ao Ministério do Meio Ambiente, junto à Secretaria Nacional da Pesca, para que a gente consiga, efetivamente, o jacaré manejado aqui no estado do Amazonas. Nós temos, hoje, uma superpopulação desses animais. Percebemos que, em algumas regiões, acontece uma atividade predatória e o trabalho que a gente está fazendo e construindo é o da legalização para que a gente possa aproveitar a carne, o couro, o osso do jacaré e outros usos que tem esse animal”, pontuou o governador, durante visita à Feira do Pirarucu de Manejo, em Tefé.

Wilson Lima ressaltou que a parceria com o Governo Federal é importante para a introdução e manutenção da atividade.

“A gente tem feito uma construção aqui, nessa região de Tefé, onde temos uma grande população desse animal, e estamos bem encaminhados nessa situação, com essa relação que a gente tem tido com o Governo Federal, que tem olhado a Amazônia de uma forma diferente, entendendo que nós precisamos agregar valor e garantir geração de emprego e renda para quem está aqui. O potencial que nós temos aqui precisa ser revertido em forma de benefício para a população”, enfatizou o governador.

O secretário nacional de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior, reforçou o apoio do Governo Federal às atividades relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade no Amazonas.

“O presidente é uma pessoa totalmente ligada à pesca e aquicultura e tem dado todo apoio para a nossa pasta. É a quarta vez que visito a região, uma região rica, de gente trabalhadora, que preserva e tem consciência ecológica”, destacou Jorge Seif Júnior.

Realidade

De acordo com o chefe do Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (Demuc), vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Rogério Bessa, depois de 20 anos de entraves, o manejo do jacaré já pode ser considerado uma realidade no Amazonas.

“Em dezembro do ano passado, tivemos um abate experimental de 100 indivíduos que foram analisados. Foram feitas pesquisas por mais de 10 anos. Então, é um trabalho realmente muito grande, a gente pode afirmar que o estado do Amazonas está devidamente preparado do ponto de vista ambiental, do ponto de vista da legalização e do licenciamento ambiental”, frisou Bessa.

Segundo o chefe do Demuc, por meio do trabalho dos últimos dois anos, foi possível realizar a implantação de uma estrutura remota de abate de jacaré, que funciona dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá.

“Trabalha-se nele por um período de um mês, ao longo do ano, e a ideia, com a aproximação do Governo Federal, é justamente a gente utilizar essa mesma estrutura para que seja também feito manejo de forma sustentável, obedecendo aos princípios sanitários para o manejo do jacaré. A gente vai com certeza multiplicar para outras regiões que detenham alto potencial de jacaré e também de pirarucu”, acrescentou Rogério Bessa.

Ele comenta, ainda, que um dos principais obstáculos era relacionada à questão do domínio do manejo. “Hoje, já tem esse entendimento de que o próprio Estado pode trabalhar desde a anuência, a cota e a emissão dessa carne para o resto do Brasil”, concluiu Rogério Bessa.

 

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