O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, determinou a prorrogação, por mais cinco dias da prisão temporária dos cinco detidos na segunda fase da Operação Sangria, deflagrada na última quinta-feira, dia 8. A determinação atende pedido da Polícia Federal (PF) que ainda apura denúncias de desvios na saúde pública do Amazonas. Com a medida, permanecerão presos: Rodrigo Tobias de Souza Lima; Dayana Priscila Mejia de Sousa, Ronaldo Gonçalo Caldas Santos; Luiz Carlos Avelino Junior; e Gutemberg Leão Alencar.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) confirmou ter sido notificada da decisão.
A Polícia Federal esteve, no último domingo, dia 12, nas unidades prisionais cumprir a determinação do ministro.
De acordo com a decisão do STJ, não houve possibilidade de audiência de custódia e todos ficarão cinco dias presos. A prisão dos envolvidos foi extremamente importante para colher mais provas sobre a aquisição dos 28 ventiladores pulmonares em uma loja de vinhos por R$ 2,9 milhões pelo governo do Estado.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigam a compra superfaturada de 28 ventiladores pulmonares pelo Governo do Amazonas durante a pandemia do novo coronavírus em uma loja de vinhos, Vinheria Adega, por R$ 2,9 milhões. Todos os tramites, ligações e articulações do grupo criminoso estão sendo desvendados.
A segunda fase da operação tem o intuito de aprofundar a apuração sobre uma organização criminosa instalada no governo do Amazonas com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender às necessidades da pandemia de covid-19. Os investigados são suspeitos de práticas como peculato, lavagem de dinheiro e também de promover a dispensa de licitação fora das hipóteses previstas em lei.
O vice-governador, Carlos Alberto (PTB), estava entre os alvos de buscas na segunda fase da operação.
De acordo com os registros já reunidos pelos investigadores, o vice-governador tinha grande influência na gestão da Secretaria de Saúde – pasta na qual atuou durante os três primeiros meses de governo. As provas apontam que a cúpula da Secretaria de Saúde se reportava frequentemente ao vice-governador para tratar de contratos da área de saúde, inclusive sobre pagamentos.
Na peça enviada ao STJ, a subprocuradora-geral da República indica que o inquérito em curso investiga o direcionamento na contratação da empresa; sobrepreço e superfaturamento na aquisição dos respiradores; organização criminosa; lavagem de dinheiro; montagem de processos e adulteração de documentos, com a finalidade de encobrir os crimes praticados.