*Da Redação Dia a Dia Notícia
O texto mais recente das negociações da COP30 provocou forte reação entre cientistas brasileiros e internacionais, que denunciaram a ausência da expressão “combustíveis fósseis” e classificaram o recuo como uma “traição à ciência”. Em nota divulgada nesta sexta-feira (21), o grupo ressaltou que, mesmo com diversos países defendendo um caminho para superar a dependência de combustíveis fósseis e o desmatamento,e apesar do impulso dado pelo Brasil, o termo simplesmente desapareceu do documento, em desacordo com a urgência da crise climática.
Os pesquisadores alertam que essa omissão rompe com compromissos climáticos já assumidos. “Isso é uma traição à ciência e às pessoas, especialmente os mais vulneráveis”, diz o documento, que reforça ser “impossível limitar o aquecimento a níveis que protejam as pessoas e a vida sem eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e acabar com o desmatamento”. A declaração reúne nomes como Carlos Nobre, Paulo Artaxo e Thelma Krug.
A pesquisadora Marina Hirota reforça que ignorar o tema compromete a estabilidade climática. “A inclusão da eliminação gradual dos combustíveis fósseis é fundamental para a manutenção de vida no planeta da forma como conhecemos hoje”, afirma. Ela adverte ainda que, sem avanços reais, “vamos começar cada vez mais a sentir os impactos socioeconômicos e as perdas e danos recorrentes principalmente dos eventos extremos”.
