*Exclusivo do Dia a Dia Notícia
Quatro candidatos se registraram para disputar a Prefeitura de Coari (distante a 362 quilômetros de Manaus), mas o candidato favorito é o ex-prefeito Adail Pinheiro (Republicanos), cujo grupo político e familiar domina o município há mais de uma década. O atual prefeito é seu sobrinho Keitton Pinheiro (PP), que enfrenta forte desaprovação. Se vencer, em outubro, Adail ocupará o cargo pela quarta vez.
Na última pesquisa feita no município pelo instituto Pontual, Adail Pinheiro liderava as intenções de voto com 40,7% da preferência do eleitor. Seu vice é o próprio filho Emanoel Pinheiro (União) e juntos eles representam a coligação Coari Rumo ao Futuro, formada por Republicanos, União Brasil, Progressistas (PP), Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Partido Social Democrático (PSD) e a federação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) com o Cidadania.
O ex-prefeito conta com o apoio do governador Wilson Lima (União) e dos senadores Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB).
Seu principal opositor é o advogado Harben Avelar (PMB), segundo colocado nas pesquisas. Ele tem como vice o ex-vereador Zé Henrique (PL), que chegou a ser candidato a vice de Adail Pinheiro em 2012, mas foi tornado inapto e substituído por Igson Monteiro.
Harben é o candidato da coligação Por Amor a Coari, formada pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), Partido Liberal (PL), Partido Renovação Democrática (PRD), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Agir. O candidato conta com o apoio do ex-senador Alfredo Nascimento, presidente do PL no Amazonas, e do deputado federal Capitão Alberto Neto (PL).
Única mulher na disputa, Josi Lopes (PT) representa a coligação Federação Brasil da Esperança, formada pela federação homônima que inclui o Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV), além da formada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) com a Rede Sustentabilidade (Rede), de onde vem o seu vice Edson Kambeba (Rede), líder indígena. Ela conta com o apoio do presidente estadual do PT, Sinésio Campos, do presidente Lula (PT) e do deputado federal Sidney Leite (PSD).
O último candidato é o advogado Dr. Raione Cabral, do Mobilização Nacional (Mobiliza) de Wilker Barreto. Seu vice é o agricultor Diego Lira (Mobiliza).
Da condenação à elegibilidade de Adail
Empresário na cidade, Adail Pinheiro exerceu o cargo de prefeito de Coari pela primeira vez entre os anos 2001 e 2004, sendo reeleito para o período de 2005 a 2008, quando começaram a aparecer os problemas com a Justiça.
Fora do poder e na mira da Justiça, ele era considerado inelegível para as eleições de 2012, pois já tinha condenações judiciais em processos por irregularidade na aplicação de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS), Fundo Nacional de Saúde (FNS) e do Ministério do Meio Ambeinte (MME), fruto da operação da Polícia Federal batizada de Vorax.
Ele ainda arrastava contra si problemas de condenações no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), o que o tornou teoricamente ficha suja. Apesar disso, uma liminar permitiu que disputasse a eleição e se elegesse prefeito em 2012.
Em 2014, contudo, teve o mandato passado na lâmina e iniciou um período cumprindo pena por condenações relativas a Operação Vorax. Neste ano também foi alvo de uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, que o vinculou a uma rede de prostituição infantil, o que lhe rendeu outra condenação à prisão.
Desde 2017 teve a pena extinta e tenta na justiça reaver os direitos políticos para voltar a cena política do segundo município mais rico do Estado.
Neste período, elegeu o filho Adail Pinheiro Filho (Republicanos) prefeito do município e deputado federal; a filha, Mayara Pinheiro, deputada estadual por duas vezes e na eleição suplementar de 2020 colocou na cadeira de prefeito o sobrinho, Keitton.
Já em 2024, Adail consegue voltar ao cenário político após julgamento, realizado no dia 15 de março, de um recurso que recebeu decisão favorável de todos os magistrados que formam o Pleno do Tribunal Regional Eleitoral. Na relatoria do recurso, o juiz Marcelo Pires Soares acompanhou voto do Ministério Público Eleitoral, que prevaleceu entre os magistrados para livrar Adail Pinheiro da inelegibilidade.