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Cientistas afirmam que 2024 pode ser o ano mais quente registrado no planeta

Tomaz Silva/Agência Brasil

*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

O mês passado foi o junho mais quente já registrado, de acordo com o serviço de monitoramento de mudanças climáticas da União Europeia. Este dado dá continuidade a uma série de temperaturas excepcionalmente altas e coloca 2024 no caminho para ser o ano mais quente já registrado no planeta, segundo cientistas.

Desde junho de 2023, todos os meses foram classificados como os mais quentes do planeta em comparação com o mesmo mês de anos anteriores, informou o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia. Este período de 13 meses consecutivos é sem precedentes desde o início dos registros.

As evidências sugerem que 2024 poderá superar 2023 como o ano mais quente já registrado. Alterações climáticas causadas pelo homem, juntamente com o fenômeno climático natural El Niño, estão elevando as temperaturas a níveis recordes até agora. Zeke Hausfather, cientista da organização norte-americana sem fins lucrativos Berkeley Earth, afirmou: “Estimo que há uma probabilidade de aproximadamente 95% de que 2024 supere 2023 como o ano mais quente desde que os registros de temperatura da superfície global começaram, em meados de 1800”.

As consequências das mudanças climáticas já são desastrosas. Mais de mil pessoas morreram devido ao calor intenso durante a peregrinação do hajj no mês passado. Mortes também foram registradas em Nova Delhi, que enfrentou uma onda de calor sem precedentes, e entre turistas na Grécia.

Friederike Otto, cientista climática do Instituto Grantham, do Imperial College London, afirmou que há uma “grande chance” de 2024 ser classificado como o ano mais quente já registrado. Ela destacou que, embora não possamos parar o El Niño, podemos reduzir a queima de petróleo, gás e carvão para mitigar o impacto das mudanças climáticas.

O fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico, tende a aumentar as temperaturas médias globais. O conjunto de dados do C3S, que remonta a 1940, foi cruzado com outros registros para confirmar que o mês passado foi o junho mais quente desde o período pré-industrial de 1850-1900.

As emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis são a principal causa das mudanças climáticas. Nos 12 meses encerrados em junho, a temperatura média mundial foi a mais alta já registrada para qualquer período de 12 meses, 1,64 graus Celsius acima da média pré-industrial, informou o C3S.

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