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Por que devemos pensar em ESG?

Bastam poucos cliques direcionados, claro, em sites de busca para passarmos a acompanhar e sermos bombardeados por notícias, artigos, produtos e serviços relacionados ao universo ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, traduzido para Ambiental, Social e Governança). Mas e por que eu, você, nós deveríamos ler e entender melhor sobre o assunto?

Mais do que pensar em acompanhar uma tendência mundial, pessoas e empresas deveriam se inteirar do tema por se tratar de um norte, uma área de atuação que vai ocupar cada vez mais espaço nas empresas.

Há quem diga que o ESG se trata de um movimento passageiro. Agora vamos lá… como chamar de passageiro algo que vem modificando para melhor o universo corporativo, com mudanças que vêm impactando positivamente na vida das pessoas? E dá para chamar de passageiro algo que vem se construindo gradualmente, alertando o mercado e criando oportunidades?

Isso porque há um crescente movimento de consumidores que passaram a se preocupar com a origem dos produtos que compram e consomem, gerando, inclusive, boicotes a empresas e personalidades que ferem tais princípios. Ou seja, para as organizações, se adequar ao universo ESG é uma questão de sobrevivência em seus mercados. Fica o alerta para quem ainda não percebeu.

Além do movimento de consumidores, o mercado já mostra também um comportamento de profissionais com maior bagagem profissional, passando a priorizar a escolha em suas carreiras por empresas com valores e práticas ESG. Estamos falando de praticamente todos os segmentos: indústrias de todos os portes e tipos, operadores logísticos, por exemplo, comércio e serviços.

Em outras palavras, não investir em ESG é correr o risco de perder consumidores e talentos do mercado, sem falar nos investidores, é claro, que buscam cada vez mais relacionar seus recursos a empresas que trabalham ações dentro dos três pilares. Isso inclui sua cadeia de fornecedores, só para deixar um pouco mais claro.

Desta forma, precisamos entender que o mercado tem visto a não adesão e não aplicação de ações baseadas em ESG em uma correlação com possíveis perdas financeiras. Tanto que existem fundos os quais investem somente em empresas e negócios com premissas socioambientais.

Nesta esteira, cresce a demanda de empresas especializadas em orientar e conduzir a implantação de projetos ESG em empresas. Aliás, este universo tem crescido tanto que nos últimos anos diversas instituições vêm oferecendo especializações em ESG para o mercado corporativo, reunindo profissionais de diferentes áreas, hoje cada vez mais requisitados. Mas e que profissionais são esses?

Na verdade, as empresas vêm apresentando uma tendência na formação de equipes multidisciplinares, com competências complementares. Uma das profissões que se destaca neste mercado é a de cientista de dados. Em outra ponta, conhecimentos de sustentabilidade e governança corporativa são fundamentais para quem deseja ingressar neste mercado. E podemos listar ainda oportunidades para profissionais de direitos humanos, administração, direito, engenharias, comunicação, educação, economia, finanças e serviço social no roll de carreiras que podem dar um up no mercado ESG.

Pesquisa conduzida pela BBC Brasil mostra que a área de sustentabilidade deve ganhar 1 milhão de postos de trabalho nos próximos cinco anos. Isto está ligado a uma demanda de profissionais capacitados a empregarem seus conhecimentos em empresas e governos para a transição rumo a uma economia verde.

No Brasil, Natura, Itaú Unibanco, Ambev, Grupo Boticário, Magazine Luiza, Banco Bradesco, Suzano, Unilever, Nestlé e Danone são algumas das maiores empresas que atuam com práticas ESG. E para não ficarem para trás, dentro de um movimento crescente que torna as instituições e empresas públicas cada vez mais corporativas, órgãos públicos também passaram a dar atenção às práticas e buscam processos para implantação e acompanhamento de projetos que intitulam se tratar de ESG (mas isso aqui é assunto para outro artigo).

Ainda assim, é possível acharmos razões para ignorarmos o ESG?

Por Elendrea Cavalcante, Comunicóloga

Jornalista, com especialização em ESG e Sustentabilidade Corporativa e também em Comunicação Empresarial e Marketing. Possui mais de 20 anos de atuação no mercado de Comunicação, com ampla experiência em jornais, agências e setor público. Foi subsecretária de Comunicação do município de Manaus, onde também atuou em outros cargos de gestão. As experiências acumuladas no serviço público e no campo corporativo levaram-lhe à paixão pelo ESG, associando-o à Comunicação.

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