*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O jornal americano New York Times criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma reportagem deste domingo (22), sobre o mesmo “impulsionar investigações” contra qualquer pessoa considerada uma ameaça pela autoridade e realizar uma “abordagem agressiva” sobre conservadores. “Seu revezamento como presidente do Tribunal Superior Eleitoral coincidiu com a eleição”, ressaltou o veículo de comunicação.
De acordo com o correspondente do jornal no Brasil, Jack Nicas, as ações de Moraes podem ser uma ameaça à população, mesmo que muitos integrantes da esquerda brasileira considerem este homem como salvador da democracia no Brasil.
“Moraes impulsionou investigações e processos, bem como o silenciamento nas redes sociais, de qualquer pessoa considerada por ele uma ameaça às instituições brasileiras”, disse Jack.
Nicas ainda apontou que o ministro ordenou prisões sem julgamento por ameaças em redes sociais; ordenou busca e apreensão contra empresários com poucas evidências de irregularidades; suspendeu o governador Ibaneis Rocha (MDB); e bloqueou monocraticamente contas e milhares de publicações na internet, sem transparência ou recurso em tempo aceitável.
“A abordagem agressiva e a expansão da autoridade de Moraes fizeram dele uma das pessoas mais poderosas do país, e também o colocaram no centro de um debate complicado no Brasil sobre até que ponto se pode ir para lutar contra a extrema direita”, observou o jornalista.
O ministro ordenou a retirada do ar as contas de pelo menos cinco parlamentares federais, empresários e influenciadores “de direita”. “Suas ordens para banir vozes influentes on-line se proliferaram. Suas ações se encaixam em uma tendência mais ampla da Suprema Corte de aumentar o próprio poder”, escreveu Nica.
Moraes investigou as “desinformação” nas redes, supostamente vinda dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Isto, segundo o jornalista, influenciou na política brasileira.
“Papel que cresceu ainda mais este ano, quando, por acaso, seu revezamento como presidente do Tribunal Superior Eleitoral coincidiu com a eleição. Nessa função, Moraes se tornou o maior guardião — e cão de guarda — da democracia brasileira”, apontou Jack.