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Entidades repudiam ataque de Bolsonaro contra jornalista durante debate eleitoral

Foto: Reprodução/Band
*Da Redação Dia a Dia Notícia

Sindicatos e entidades de jornalistas repudiaram o ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL) à jornalista Vera Magalhães durante o debate eleitoral promovido pela Band TV nesse domingo (28/08). Após Vera perguntar sobre desinformação contra vacinas, Bolsonaro disse que a jornalista dormia pensando nele e que era uma “vergonha para o jornalismo”.

Em nota conjunta, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas expressaram solidariedade à Vera Magalhães. As instituições relembram que Bolsonaro já foi condenado por assédio contra a categoria por fazer comentários de cunho sexual contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se pronunciou, ressaltando que o país já registrou 55 ataques sexistas contra profissionais de imprensa em 2022. Segundo a Abraji, Quase metade dos casos (47%) se refere a ataques à reputação e à moral, usando a aparência, a sexualidade ou traços sexistas de personalidade para ofender as mulheres jornalistas. Em 43% dos alertas monitorados pela Abraji, a vítima cobre temas políticos.

O ataque de Bolsonaro

Durante o debate, Vera Magalhães perguntou a Ciro Gomes (PDT) sobre a cobertura de vacinação nos últimos anos.

“A cobertura vacinal está despencando nos últimos anos. Em que medida que a desinformação difundida pelo presidente pode ter agravado a pandemia de covid?”, disse.

Ao comentar a questão, Bolsonaro deixou Ciro Gomes de lado e atacou Vera Magalhães. O presidente ainda atacou Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes, dizendo que não havia pedido a opinião deles.

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Confira a nota das entidades:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas expressam a mais irrestrita solidariedade à jornalista Vera Magalhães, que realizava o seu trabalho quando foi atacada por Jair Bolsonaro durante o primeiro debate presidencial de 2022.

Na noite do último domingo (28), tão logo Bolsonaro desferiu suas agressões de cunho misógino contra a jornalista, o SJSP emitiu nosso posicionamento nas redes sociais. “Jair Bolsonaro, condenado pela Justiça por assédio coletivo à nossa categoria, mais uma vez ataca uma jornalista em pleno debate. Como é de costume, ataques de caráter misógino. Toda nossa solidariedade à jornalista Vera Magalhães e o mais veemente repúdio a Jair Bolsonaro”, diz mensagem publicada no Twitter. 

De fato, Bolsonaro pode ser considerado oficialmente um assediador. Em junho, ele foi condenado pela Justiça por danos morais coletivos à categoria de jornalistas, em ação ingressada pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Em sua decisão, a juíza Tamara Matos resgatou diferentes ataques do atual presidente aos jornalistas, relembrando diferentes declarações homofóbicas e misóginas. 

“Restou, destarte, amplamente demonstrado que ao ofender a reputação e a honra subjetiva de jornalistas, insinuando que mulheres somente podem obter um furo jornalístico se seduzirem alguém, fazer uso de piadas homofóbicas e comentários xenófobos, expressões vulgares e de baixo calão, e pior, ameaçar e incentivar seus apoiadores a agredir jornalistas, o réu manifesta, com violência verbal, seu ódio, desprezo e intolerância contra os profissionais da imprensa, desqualificando-os e desprezando-os, o que configura manifesta prática de discurso de ódio, e evidentemente extrapola todos os limites da liberdade de expressão garantida constitucionalmente”, escreve a magistrada em sua decisão. 

Mesmo condenado, Bolsonaro continua a atacar jornalistas. Desta maneira, nossa entidade se dirigiu às empresas organizadoras do debate para manifestar nosso absoluto repúdio ao atual presidente, solicitando uma manifestação oficial dos veículos contra os ataques desferidos à jornalistas Vera Magalhães. Em mensagem enviada aos representantes do pool organizador do debate, defendemos que a comissão responsável pelo evento deveria se manifestar imediatamente após a agressão de Bolsonaro, defendendo uma profissional que estava desempenhando seu trabalho quando foi agredida. 

Na última sexta-feira, o SJSP enviou às empresas do estado um ofício que enumera uma série de medidas que devem ser adotadas para garantir a segurança das e dos jornalistas durante o período da cobertura das Eleições Gerais. O documento na íntegra está disponível aqui.

Continuaremos na intransigente luta para que todas e todos os jornalistas realizem o seu trabalho sem sofrerem ameaças, ofensas e ataques. Defender nossa categoria é defender a democracia em nosso país. 

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