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Almir Suruí, Daniel Munduruku e Vanda Witoto: conheça alguns candidatos indígenas para a Câmara dos Deputados

*Franciane Silva – Da Redação Dia a Dia Notícia

Apenas dois indígenas conseguiram ocupar um gabinete na Câmara dos Deputados até os dias de hoje, para o Senado Federal nenhum foi eleito. Os únicos a conseguir se eleger como deputado federal foram o xavante Mário Juruna e Joenia Wapichana, entre o mandato dos dois foram 30 anos sem que nenhum representante indígena fosse eleito.

Mário Juruna

Mário Juruna foi eleito no Rio de Janeiro pelo PDT no ano de 1982, sendo o primeiro deputado federal indígena do Brasil. Sua eleição teve uma grande repercussão no país e no mundo, foi responsável pela criação da Comissão Permanente do Índio no Congresso Nacional. No ano de 1986 tentou  a reeleição, porém não conseguiu e mesmo assim continuou ativo na política.

Entre 1990 e 1994, disputou novamente as eleições para deputado federal, mas também não conseguiu se eleger. No ano de 1995, foi assessor parlamentar em Brasília, porém não exerceu o cargo devido a sua saúde. Mário Juruna faleceu no dia 17 de julho de 2002, em decorrência de diabetes.

Joenia Wapichana

Já Joenia Wapichana, foi a primeira mulher indígena a se tornar deputada federal, eleita nas eleições de 2018 pelo Rede de Roraima. Joenia formou-se em Direito no ano de 1997 pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). Foi a primeira presidente presidente da Comissão de Direitos dos Povos Indígenas da Ordem de Advogados do Brasil, criada no ano de 2013.

O Dia a Dia Notícia separou alguns candidatos indígenas que disputarão as eleições de 2022 para um cargo na Câmara dos Deputados. Dentre eles estão Almir Suruí (PDT-RO), Daniel Munduruku (PDT-SP), Francisco Pyãko Ashaninka (PSD-AC), Vanda Witoto (Rede-AM), Genilda Tapixi Kaingang (Pros-PR) e Célia Xakriabá (Psol-MG).

Almir Suruí

Almir Suruí

O candidato a deputado federal, Almir Suruí é ambientalista e defensor dos direitos indígenas, conselheiro do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI). No ano de 2008, foi eleito Herói da Floresta pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nasceu em agosto de 1974, na Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia.

No ano de 2009, durante a reunião da COP 15 em Copenhague apresentou o Projeto de Carbono Suruí, onde ganhou o prêmio Maia Lin. Recebeu em 2011 o prêmio de liderança da Bianca Jagger Human Rights Foundation. Foi considerado pela revista Fast Company a pessoa mais criativa em negócios no Brasil.

Daniel Munduruku

Daniel Munduruku

Nascido em Belém (PA), Daniel Munduruku é formado em Filosofia, com licenciatura em História e Psicologia, integrou o programa de Pós-Graduação em Antropologia Social na USP. Lecionou durante dez anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo. Esteve em vários países da Europa, participando de conferências e ministrando oficinas culturais para crianças.

Autor de “Histórias de índio”, “coisas de índio” e “As serpentes que roubaram a noite”, os dois últimos premiados com a Menção de livro Altamente Recomendável pela FNLIJ. Seu livro “Meu avô Apolinário” foi escolhido pela Unesco para receber Menção honrosa no Prêmio Literatura para crianças e Jovens na questão da tolerância. Entre outras atividades, participa ativamente de palestras e seminários destacando o papel da cultura indígena na formação da sociedade brasileira. Pela Global Editora tem publicado várias obras.

Francisco Pyãko

Francisco Pyãko

É liderança do povo Ashaninka e membro da aldeia Apiwtxa no estado do Acre. Francisco foi assessor e secretário do governo do Estado do Acre para os Povos Indígenas, entre 2003 e 2010. Em seguida, assessorou a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) na gestão de Márcio Meira, durante um momento de aproximação do governo Federal com os povos indígenas.

Em 2018 foi candidato a Deputado Federal pelo Psol do Acre. Coordenou até o ano de 2022 a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj) e também trabalhou na organização do seu povo fora da esfera governamental.

Vanda Witoto

Vanda Witoto

Vanda Ortega Witoto é servidora pública na Fundação Hospital Alfredo da Matta, professora da Língua Murui Bue, liderança tradicional fundadora do Parlamento Indígena do Brasil. Se tornou um símbolo  da luta contra a Covid-19 atuando desde o início da pandemia em sua comunidade, Parque das Tribos, em Manaus.

Ela foi a primeira profissional de saúde e mulher indígena do Amazonas a ser imunizada com a vacina contra a Covid-19, e teve papel fundamental no tratamento e na vacinação de indígenas de vários povos.

Genilda Tapixi

Genilda Tapixi

É ativista ambiental e acadêmica de Filosofia na Unila, também é uma das fundadoras do Conselho Indígena do Paraná (Coinp). Genilda Kaigang nasceu na Terra Indígena Barão de Antonina, em São Jerônimo da Serra, norte do Paraná.

Na década de 1980 tornou-se servidora da fundação nacional do índio (FUNAI). Em Curitiba, iniciou sua militância e fundou o Conselho de Mulheres Indígenas do Brasil (CONAMI) Genilda desenvolve diversas atividades de divulgação das culturas indígenas em escolas, universidades e museus.

Célia Xakriabá

Célia Xakriabá

É mestra em Desenvolvimento Sustentável e doutoranda em Antropologia, é ativista indígena e ambiental reconhecida internacionalmente por seu papel enquanto ativista protetora dos direitos indígenas e dos territórios originários.  Professora e comunicadora, ela chegou a comandar o primeiro podcast indígena da plataforma de streaming Globoplay, o “Papo de Parente”. No programa de jornalismo narrativo, Célia Xakriabá e Tukumã Pataxó respondem a dúvidas de ouvintes e lideram conversas que têm como foco aumentar o conhecimento sobre os povos indígenas brasileiros.  

Célia Xakriabá foi a primeira mulher indígena a integrar a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, onde permaneceu de 2015 a 2017. Em 2019, passou a atuar como assessora parlamentar no Congresso Nacional no mandato da deputada federal Áurea Carolina e em 2021 foi uma das representantes indígenas que compareceram à 26ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP26. Na ocasião, Célia falou sobre o racismo sistêmico que enfrenta na sociedade por ser indígena e sobre a importância da preservação dos territórios de sua comunidade.  

Célia é a primeira mulher a ser retratada em uma série de histórias de mulheres indígenas que serão publicadas no site e nas redes sociais da ONU Mulheres até o fim deste ano.

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