*Lucas dos Santos, da Redação Dia a Dia Notícia
Secretário-geral do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) no Amazonas, o professor Raoni Lopes se desfiliou da legenda de esquerda. Raoni é apontado como responsável pela saída de 300 filiados do partido no mês de março por suposta perseguição a minorias e um ataque direto à assistente social Marklize Siqueira, que foi candidata à vice-prefeita de Manaus em 2020, na chapa do deputado federal Zé Ricardo (PT). A briga provocou a saída de uma das correntes do PSol-AM com 300 filiados, com alguns indo para o PCdoB para concorrer nas eleições de 2022.
Nessa quarta-feira (20/07), Raoni fez uma postagem em tom de despedida em suas redes sociais, dando a entender que sairia do PSol. Segundo a presidente da legenda no Amazonas, Rosilane Almeida, o professor entregou sua carta de desfiliação ao diretório estadual nesta quinta-feira (21/07).
Obrigado, PSOL. A gente se encontra nas lutas.
— Raoni Lopes (@raolopes) July 20, 2022
O ex-secretário-geral do partido foi denunciado por violência política de gênero contra Marklize Siqueira. Em fevereiro, Raoni postou em suas redes sociais que iria expor quem supostamente financiava a assistente social dentro do PSol-AM. Ela respondeu às acusações e abriu um boletim de ocorrência contra “um dirigente” do partido, o qual era Raoni.
Estou sofrendo violência política de gênero dentro do Psol.
Estou precisando de ajuda e acabei de abrir um Boletim de Ocorrência por estar sendo perseguida politicamente por um dirigente do Psol AM.#sos#violenciapolitica— Marklize (@marklizesiqueir) February 20, 2022
A razão da briga interna seria o crescimento da corrente MovimentA Amazônia Socialista (MAS), responsável pela Bancada Coletiva do PSol, que recebeu muitos votos para à Câmara Municipal de Manaus, mas não conseguiu uma cadeira devido ao partido não superar o quociente eleitoral. Marklize afirmou que o protagonismo de mulheres e minorias da tendência teria incomodado “o patriarcado que vem conduzindo o partido ao longo de todos esses anos”.
Em nota pública, a tendência criticou o PSol-AM afirmando que o partido não possui um projeto político e social para o Amazonas, não protege suas figuras públicas e seria complacente com ataques à minorias sociais como mulheres, negros, indígenas e LGBTs.
O caso fez todos os filiados que participavam do MAS saírem do partido. O projeto da Bancada das Manas foi transferido para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e deve concorrer à uma vaga na Assembleia Legislativa do Amazonas nas eleições de outubro deste ano.
Na época, Raoni negou a existência de ataques à minorias e que o grupo ligado à Marklize Siqueira estaria isolado dentro do partido.
