*Da Redação Dia a Dia Notícia
Até maio deste ano, 19 pessoas foram assassinadas em conflitos no campo no Brasil, a maioria na região amazônica, de acordo com um relatório preliminar do Centro de Documentação da Comissão Pastoral da Terra (Cedoc-CPT), que comparou esses números com o do ano de 2021, quando foram registrados 35 homicídios.
Para a coordenação nacional da CPT, os números são crescentes e essa tendência tem como causa tanto as falhas
do governo federal na fiscalização de conflitos por terras no Brasil como numa crença de impunidade.
Esses dados não consideram o recente assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips como resultado de conflitos na área rural.
Dos 19 assassinatos, 4 assassinatos ocorreram no estado do Pará, que teve o maior número de casos: 3 ambientalistas foram assassinados e um sem terra; Já com relação aos homicídios, 5 foram de indígenas, dos quais três eram da etnia yanomamis e 2 de quilombolas.
A CPT registrou ainda que 4 sem terras, 2 assentados e outros 2 pequenos proprietários rurais foram assassinados até maio no país.
O coordenador nacional da CPT, Carlos Lima, assegura que o crescimento da violência ocorre dentro de um contexto de um governo que fez a opção de colocar o Estado a serviço da grilagem, do garimpo ilegal, da extração de madeira. “Um Estado contrário a vida dos povos, das comunidades e das florestas”, diz ele, acrescentando ser impossível continuar vivendo com essa situação.
“A sociedade brasileira tem que agir de imediato e cobrar a defesa das comunidades […]. Crimes contra os indígenas, contra as lideranças, contra os ambientalistas precisam ser punidos exemplarmente”, afirmou.