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Brasil é o 4º país mais perigoso para ativistas, aponta pesquisa

Foto: Reprodução/Poder360

*Da Redação Dia a Dia Notícia

Uma pesquisa realizada pela Organização Não Governamental (ONG) Global Witness aponta que o Brasil é o 4º país mais perigoso para ativistas. No ano de 2020, foram registrados 227 ataques letais contra ativistas, sendo 20 ataques registrados no Brasil. A média para os países monitorados é de mais de quatro pessoas mortas por semana.

No ano de 2020, mais da metade dos ataques contra ativistas ocorreram em três países: Colômbia, México e Filipinas. Pelo segundo ano consecutivo, a Colômbia registrou o maior número de assassinatos em 2020, com 65 defensores da terra e do meio ambiente assassinados.

No Brasil, quase três quartos dos ataques registrados ocorreram na região amazônica. Nos casos em que defensores foram atacados por proteger ecossistemas específicos, 70% estavam trabalhando para defender as florestas do mundo do desmatamento e do desenvolvimento industrial.

Quase 30% dos ataques estariam ligados à exploração de recursos (extração madeireira, mineração e agronegócio), barragens hidrelétricas e outras infraestruturas. Dentre estes, a atividade madeireira foi o setor ligado ao maior número de assassinatos, contabilizando 23 casos.

Os ataques também foram direcionados aos povos indígenas, com mais de um terço de todos os ataques fatais, embora as comunidades indígenas representem apenas 5% da população mundial. No ano de 2020, os povos indígenas foram alvo de cinco dos sete assassinatos em massa registrados.

O relatório aponta também que quase nove em cada 10 das vítimas de ataques letais eram homens, as mulheres enfrentam formas de violência específicas de gênero, incluindo a violência sexual.

Indigenista e jornalista desaparecidos

No dia 6 de junho, a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) comunicou o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips. De acordo com a entidade, a dupla teria sumido no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

Bruno Pereira e Dom Phillips seguem desaparecidos. Foto: Reprodução

De acordo com informações da Univaja, os dois chegaram no Lago do Jaburu no dia 3 de junho para visitar a equipe de Vigilância Indígena. No dia 5, Pereira e Phillips deixaram o lago e partiram para a comunidade São Rafael, onde o indigenista participaria de uma reunião. Pelo que consta nas informações trocadas via Dispositivo de Comunicação Satelital SPOT, eles chegaram ao destino por volta de 6h.

Depois de conversarem com uma local, ambos recomeçaram o trajeto de retorno à Atalaia do Norte e não foram mais vistos.

Após o comunicado de desaparecimento, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para apurar o desaparecimento e acionou a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Força Nacional, a Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, e a Marinha do Brasil.

O Comitê de crise criado para apurar o caso, sob coordenação da PF, não detalhou, até o momento, se as linhas de investigação seguidas apontam para envolvimento criminoso.

Em uma coletiva de imprensa realizada no dia 8 de junho, o superintendente regional da Polícia Federal do Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, afirmou, no entanto, que trata-se de uma região perigosa, especialmente por questões envolvendo tráfico de drogas, exploração ilegal de madeira e garimpo.

Quando comunicou o desaparecimento, a Univaja citou supostas ameaças sofridas pela dupla.

“Na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, informava o comunicado.

Em seis documentos feitos pela Univaja e enviados ao Ministério Público Federal do Amazonas, Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública e à Funai (Fundação Nacional do Índio), informam que a região onde ocorreu o desaparecimento vem sofrendo com ataques a tiros contra indígenas, saída de pesca irregular e constantes invasões para extração irregular de animais.

O Ministério Público Federal informou que foi instaurado procedimento de apuração do caso desde que a instituição recebeu as representações da Univaja.

Nesta segunda-feira (13), Alessandra Sampaio, esposa de Dom Phillips havia informado que os corpos do jornalista e do indigenista haviam sido encontrados. Foi informado também, que a Embaixada Britânica já havia comunicado os irmãos de Dom Phillips sobre os corpos.

Porém, a Polícia Federal emitiu nota afirmando que as informações não procediam e os corpos dos desaparecidos ainda não haviam sido encontrados. A PF reforçou na nota que apenas materiais biológicos foram encontrados e que estão sendo periciados, além de pertences dos desaparecidos.

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