*Da Redação Dia a Dia Notícia
Ao longo do final de semana, três senadores retiraram seus nomes do pedido de abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação. Líderes religiosos nos estados têm pressionado os parlamentares a não investigarem o esquema, que envolve pastores evangélicos.
Após o senador oposicionista Randolfe Rodrigues (Rede-AP) reunir as 27 assinaturas necessárias para instaurar a CPI do MEC, o governo federal iniciou um forte movimento para barrar a instalação. Entre sexta-feira e domingo, os senadores Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Styvenson Valentim (Podemos-AC) e Weverton Rocha (PDT-MA) retiraram seu apoio à abertura do processo no Senado Federal.
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Ainda com esperança
Em entrevista à Rádio Eldorado, Randolfe Rodrigues afirmou que pretende alcançar novamente o número necessário até quarta-feira (13/04). Segundo o senador, a oposição pretende “chegar pelo menos a 28 ou 29 assinaturas”. Um dos senadores que pode manifestar apoio é Marcelo Castro (MDB-PI).
O líder da oposição no Senado Federal destacou a atuação do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), membro do bloco conhecido como Centrão. O político é aliado do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto.
“O ministro está atuando com os mecanismos de força que ele tem, com o orçamento secreto, com RP9 [emendas de relator], mobilizando todas as estruturas do governo Bolsonaro para impedir que a investigação se concretize”, disse Randolfe.
Dos senadores amazonenses, o único a assinar o pedido de CPI foi Omar Aziz (PSD-AM), opositor declarado do presidente Jair Bolsonaro (PL). Questionado, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que não assinará nenhum pedido enquanto a CPI das ONGs, de sua autoria, não for instalada. O senador Eduardo Braga, por sua vez, não se pronunciou sobre o tema até o presente momento.