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Wilson Lima e David Almeida assinam convênio que garante passe livre a estudantes no transporte coletivo em 2022

Foto: Diego Peres/Secom

O governador Wilson Lima (PSC) e o prefeito de Manaus David Almeida (Avante) assinaram um convênio inédito, nesta terça-feira (21/12), no valor de R$ 156 milhões, sendo R$ 120 milhões do Estado e R$ 36 milhões de contrapartida municipal, para a execução do Programa de Reestruturação e Qualificação do Transporte Público do Município de Manaus.

Um dos principais benefícios do programa é a gratuidade da passagem de ônibus a estudantes da rede pública do ensino fundamental e médio em Manaus. Atualmente, a rede conta com 230 mil alunos de escolas estaduais e 240 mil de unidades municipais. O passe livre estudantil será possível graças ao subsídio do Estado e Prefeitura para custeio do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), incidente sobre o combustível dos ônibus do sistema de transporte coletivo.

Também haverá o complemento do subsídio às demais gratuidades de interesse social, previstas na Lei Orgânica do Município de Manaus. A medida, também, evita que a tarifa do transporte coletivo sofra reajuste. A gratuidade foi comemorada por represantes sociais como líder estudantil Yann Evanovick, que considerou o dia da assinatura do convênio como “histórico”.

Foto: Marcely Gomes/Semcom

De acordo com o governador Wilson Lima, o investimento do Estado para subsidiar o transporte coletivo amplia políticas de inclusão social, considerando que a tarifa tem um impacto significativo no orçamento das famílias com baixa renda.

“Isso vai nos garantir que os alunos da rede estadual e da rede municipal tenham a gratuidade do transporte público para ir e voltar da escola. Isso dá tranquilidade para que a gente continue com a meia passagem para os outros estudantes e, também, dá uma folga aqui para o David fazer os investimentos em mobilidade urbana, que são necessários para melhorar o fluxo na cidade de Manaus”, afirmou Wilson Lima, durante assinatura do convênio.

O prefeito David Almeida afirmou que a luta pelo passe livre é “histórica, que transformou lideranças estudantis em lideranças políticas e graças a essa parceria entre o governador e o prefeito, os estudantes poderão andar de graça no transporte coletivo”.

Foto: Marcely Gomes/Semcom

“O ego dá espaço para a parceria e a benfeitoria da população, e esse convênio, que vai até 31/12/2022 por questões maiores que nós, mas rogo a Deus que possamos renovar isso, pois na parte da prefeitura nós não vamos retroagir”, enfatizou o prefeito David Almeida.

A medida beneficia, ainda, motoristas e cobradores. Com os investimentos, as empresas terão condições de honrar com os salários das categorias. Para o estudante

Josué Paulo, 16, o passe livre a partir de 2022, muito mais que ajudar a família neste momento de crise econômica, vai incentivar ele, o irmão e outros estudantes a irem à escola.

“Eu e meu irmão somos estudantes e, com esse tempo de pandemia, está sendo difícil até para minha família se reestruturar. Então vai ser uma grande ajuda, algo que vai beneficiar bastante. Vai ser um grande incentivo para aqueles (alunos) que ficaram bastante tempo sem ir, um incentivo a mais para aqueles que desistiram por não ter como pagar o transporte público”, disse Josué, que é aluno do ensino médio na Escola Estadual Agnello Bittencourt.

Além do ineditismo na concessão da gratuidade, o convênio marca o retorno da participação do Governo do Amazonas no custeio do subsídio do sistema de transporte público de Manaus, de modo a manter a tarifa em patamar inclusivo, a partir da gratuidade aos estudantes em ano de pandemia. O subsídio do Estado ao diesel foi interrompido em 2017, assim como o subsídio direto à passagem, que teve seu último repasse feito pelo governo em 2016.

Conforme a Prefeitura de Manaus, o número de passageiros, incluindo os que pagam tarifa cheia e com benefícios de desconto ou gratuidade, apresentou uma queda de aproximadamente 22% nos anos de 2020 e 2021, quando comparados a 2019. Também houve queda de 66,5% no uso da meia passagem pelos estudantes, entre 2019 e 2021. A receita do sistema caiu na mesma proporção, visto que a tarifa não sofre aumento desde 2017, mas as despesas aumentaram, sobretudo os custos de combustíveis em 2021.

Ainda segundo a Prefeitura, o déficit previsto no sistema para 2021 é de aproximadamente R$ 277 milhões. Entre janeiro e outubro, o município subsidiou cerca de R$ 199,7 milhões, o equivalente a 45,47% dos custos do transporte coletivo. Nesse período, a receita foi de R$ 278.391.109,50, insuficiente para cobrir a despesa apurada no mesmo período, que totalizou R$ 510.544.635,50.

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