Uma nova polêmica sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estourou nas redes sociais. Depois da suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no conteúdo do exame, com o mandatário afirmando que a prova teria “a cara do governo”, uma diretora de uma escola estadual de São Paulo denunciou que duas professoras da unidade que costumam ser aplicadoras foram trocadas por dois policiais federais.
A professora Hélida Lança, que também trabalha na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), se mostrou indignada com o procedimento dos funcionários, os quais afirmaram que as professoras não passaram na avaliação da Polícia Federal. A postagem da gestora atingiu mais 20 mil curtidas e foi compartilhada por quase quatro mil pessoas.
Sou diretora de uma escola estadual, que há anos é usada para a aplicação do ENEM.
Hoje uma pessoa da Cesgranrio mandou mensagem, informando que é pra gente retirar dois aplicadores da lista, que entrarão dois policiais federais no lugar.
Tá bom pra vocês?#Enem2021— Hélida Lança (@helida_lanca) November 19, 2021
Depois, Hélida postou um novo tweet afirmando que mandaram apagar a mensagem, o que ela se recusou a fazer.
Atualizando: querem que eu apague postagem, mas não vou apagar. Salvei todas as mensagens que recebi. Escutei muito bem o aviso inicial, mas agora estão dizendo que não será bem assim. Se a minha denúncia serviu pra mudarem o rumo das coisas, então viva!
— Hélida Lança (@helida_lanca) November 19, 2021
As suspeitas sobre o exame tem se acumulado nas últimas semanas, principalmente depois da saída de dezenas de profissionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia responsável pelo Enem. Os agora ex-funcionários relataram situações de assédio, censura no exame e perseguição dentro da pasta ligada ao Ministério da Educação.