*Da Redação Dia a Dia Notícia
A conselheira Yara Lins é a grande favorita nos bastidores para se tornar a nova presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) nesta terça-feira (3). Após a sessão ordinária para julgamento de prestações de contas, a Corte fará uma Sessão Especial para definir os cargos de presidente, vice-presidente, corregedor, diretor da Escola Pública de Contas (ECP) e ouvidor. O pleito foi antecipado após Yara Lins, como presidente interina, enviar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) alterando as regras eleitorais do TCE.
O projeto também foi assinado pelos conselheiros Josué Cláudio Neto, Júlio Pinheiro e Fabian Barbosa. A Aleam analisou e aprovou o projeto em menos de 24 horas, o qual foi sancionado pelo governador Wilson Lima (União). A proposta – agora lei complementar – foi enviada enquanto o atual presidente, Érico Desterro, estava fora do Brasil.
Com o apoio dos três conselheiros que subscreveram o projeto e mais o apoio esperado do conselheiro Mário de Mello, a vitória de Yara Lins é dada como certa nos bastidores. A expectativa é que sejam eleitos como vice-presidente e corregedor-geral os conselheiros Fabian Barbosa e Josué Cláudio Neto, enquanto Júlio Pinheiro passaria a dirigir a ECP e Mário de Mello seria o Ouvidor-Geral.
Os conselheiros Érico Desterro e Ari Moutinho Júnior, por sua vez, perdem os cargos de presidente e corregedor-geral.
Rusgas antigas
Este não é o primeiro embate entre Yara Lins e Érico Desterro. Em novembro de 2022, a conselheira acusou o presidente de ser grosseiro ao se dirigir a ela depois que pediu vistas de um processo pela segunda vez.
“Ao renovar pedido de vista de processo, na oportunidade, vossa excelência foi extremamente grosseiro ao dizer que o processo entrou e saiu de pauta várias vezes, esquecendo-se que era tão somente a segunda vez que essa conselheira estava pedindo vista do referido processo”, destacou, dizendo ainda que se sentiu “deveras atacada por Desterro”.
A conselheira pediu que fosse respeitada, senão adotaria “as medidas cabíveis”.
Érico Desterro respondeu lamentando que Yara “tenha essa percepção”.
“Eu não me lembro de tê-la tratado de forma grosseira em nenhum momento. O fato de eu cobrar o cumprimento de prazos, a obediência do regimento interno quanto ao pedido de vista, não me parece ser uma grosseira da minha parte. Isso é apenas o cumprimento de um dever de presidir o Tribunal de Contas. Aliás, a partir de hoje, serei até mais rigoroso. Eu tenho sido compreensivo até com certas situações aqui, pedido de vistas cinco vezes. Eu vou fazer um levantamento para ter isso quando vossa excelência tomar as medidas cabíveis”, disse.