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Xuxa fala sobre ‘Amor, estranho amor’: ‘Quem não viu o filme, por favor, veja’

Em entrevista ao 'Fantástico', apresentadora destaca que o filme denuncia a exploração infantil: 'isso é a realidade de muita gente'
Xuxa Meneguel, em 1982, no filme "Amor estranho amor" Foto: Divulgação

Em entrevista à repórter Renata Ceribelli exibida na noite de domingo pelo programa “Fantástico”, a apresentadora de TV Xuxa falou abertamente sobre um dos seus grandes tabus: o filme “Amor, estranho amor”, do qual participou em 1982, aos 18 anos de idade. Dirigido por Walter Hugo Khouri e estrelado por Vera Fischer e Tarcísio Meira, o longa ganhou a fama de pornográfico (apesar de ter sido liberado para maiores de 14 anos) e rendeu à Rainha dos Baixinhos as piores acusações, por ter interpretado uma prostituta de 15 anos de idade que se entrega a um menino ainda mais novo que ela.

“É muito bom (ter sido perguntada sobre o filme), porque cada vez que eu falo sobre isso as pessoas levantam essa bandeira, dizendo: mas você transou com um garoto de 12 anos num filme. Então, vamos lá: eu não transei, aquilo é ficção, é ficção, senão, o Arnold Schwarzenegger deveria estar preso, porque matou um monte de gente nos filmes dele”, disse Xuxa, que por quase 30 anos conseguiu impedir judicialmente a exibição de “Amor, estranho amor” (desde 2018, segundo a assessoria da apresentadora, o filme está liberado).

A apresentadora Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel / Agência O Globo

“Quem não viu o filme, por favor, veja”, recomendou Xuxa, hoje aos 57 anos. “Porque esse filme fala de uma coisa muito atual, que é a exploração infantil, isso é a realidade de muita gente. Não é minha realidade, mas é a realidade de muita gente. Então, antes das pessoas me criticarem, as pessoas deveriam saber que isso existe, diariamente, nesse país e no mundo todo, mas, principalmente, nesse país. Muitos meninos e meninas são vendidas, vendidos e vendidas para políticos, para pessoas que se dizem que têm poder, então, isso é muito importante as pessoas falaram, sim, desse filme.”

Sob imposições

No programa, a apresentadora também falou sobre diversidade, expressando sua vontade de que tivesse havido paquitas não-louras.

“As paquitas estavam seguindo uma beleza que foi imposta naquele época, mas era uma coisa que eu não queria, mas como não dependia só de mim”, disse. “Quando elas viam com seus cabelos pretos lindos, ou castanhos, eu pedia muito para não mudassem a cor do cabelo, e elas acabavam fazendo isso porque elas viam que tinha mais espaço para as meninas loiras (…) Na época, a gente seguia o que a criança queria consumir. Antes de falar de paquita, tinha que falar das princesas, mas não tinha nenhuma princesa negra (…) Não é legal as pessoas botaram a culpa no meu colo, dizer a Xuxa só tinha paquita loira, não. A Xuxa só tinha o que as crianças queriam ver naquela época, o que era imposto para as crianças como uma coisa normal e natural.”

Contra o preconceito

Perguntada por Renata se já havia se apaixonado por uma mulher, Xuxa foi direta: “Não, mas se eu me apaixonasse, com certeza, todo mundo iria saber.” Além de um volume de memórias, a apresentadora também está lançando pela Globo Livros um livro infantil, “Maya: bebê arco-íris”, sobre um anjinho que escolhe vir à Terra como filha de um casal de lésbicas. “A Maya veio pra mostrar que Deus é amor, que não tem preconceito, que não tem discriminação. Preconceito e discriminação vêm do homem, não de Deus”, disse Xuxa na entrevista, conforme antecipado pela coluna de Ancelmo Gois. “Dois homens podem se amar, um homem e uma mulher, duas mulheres, eu acho que a gente não tem que botar um rótulo nisso daí. Amor é amor, não importa o sexo.”

Em um podcast do “Fantástico”, Xuxa acusou de “abuso de poder” sua ex-empresária Marlene Mattos: “As histórias (de Xuxa e das paquitas) se misturam quando a gente conversa sobre isso e vê que ela usou muito abuso de poder em cima da gente. A gente se considera pessoas que deixaram que tudo isso acontecesse com a vida da gente. Não fomos forçadas a fazer absolutamente nada. Eu deixei ela tomar conta da minha vida. Ela fazia as coisas e eu aceitava. Aceitar ser conivente é uma coisa que eu não aceito (hoje) de jeito nenhum”, disse a apresentadora, em depoimento que foi antecipado pela coluna de Patrícia Kogut.

Ao “Fantástico”, Marlene Mattos garantiu que não teria agido de outra forma, já que só assim, ela e Xuxa conseguiram alcançar os resultados que alcançaram.

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