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Wilson Lima pede ajuda do Governo Federal e da iniciativa privada: “O quadro aqui é muito delicado”

O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse hoje (23) que, apesar do alto número de casos, o pico da epidemia do novo coronavírus no Estado deve ocorrer na primeira quinzena de maio.

A declaração foi feita durante a participação de uma videoconferência realizada pela comissão externa da Câmara dos Deputados, para acompanhar as ações de combate ao coronavírus no país. O Estado já registrou 2.479 casos de covid-19, com mais de 200 óbitos.

Durante a participação, Lima ressaltou que cerca de 90% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) dedicados a pacientes com o vírus estão ocupados e disse que o Estado precisa com urgência da ajuda do governo federal e da iniciativa privada para a compra de respiradores, equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, e também de profissionais de saúde para atender à população.

“O quadro aqui é muito delicado. O que tem acontecido e o que está por vir nos próximos dias nos acende um sinal de alerta muito forte. Daí [vem] a necessidade de termos ajuda federal e da iniciativa privada, todas as ajudas”, disse Lima. “Estamos aqui trabalhando no nosso limite e vamos ampliando as estruturas na medida em que vamos recebendo equipamentos, insumos”, acrescentou o governador. Lima ressaltou ainda que o Estado também enfrenta problemas em razão de um surto da gripe H1N1 em decorrência do período de chuvas.

Além da capital, Manaus, o Estado registra casos de covid-19 em mais de 30 cidades. De acordo com o governador, a expectativa é que o pico atinja primeiramente a capital e em seguida as cidades do interior. Lima afirmou ainda que tem conversado com os prefeitos para intensificar as medidas de isolamento social e impedir o trânsito entre as cidades do Estado, em especial, naquelas próximas a comunidades indígenas.

“Não tem outro caminho que não seja o isolamento social para que se possa quebrar a transmissão do vírus. Não tem vacina ou outro tratamento com eficiência comprovada”, disse. “A gente está se preparando para esse momento e ainda tem um tempo em relação ao interior de 10 a 15 dias”, afirmou.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, também participou da videoconferência e falou sobre a situação da pandemia na capital. Virgílio disse que o município, que tem mais de 90% dos leitos de UTI disponibilizados para pacientes com o vírus ocupados, também precisa de equipamentos, pessoal especializado e EPIs para aumentar o atendimento.

Equipamentos

Segundo o prefeito, o governo sinalizou a entrega de alguns equipamentos. Mas outros aparelhos de uso essencial, como tomógrafos, não foram recebidos. Esses aparelhos poderiam ajudar no direcionamento dos casos considerados mais graves. “O vírus corrói o pulmão com uma rapidez que, às vezes, a máquina burocrática não aprendeu a andar na mesma velocidade”, disse Virgílio. “Precisamos depressa, para evitar uma procura demasiada em cima da rede que está exaurida, 96% e 100% são quase sinônimos”, afirmou.

Virgílio disse ainda que uma parcela das pessoas não está seguindo o isolamento social e falou em aglomerações em alguns pontos da cidade. Segundo o prefeito, diante da possibilidade de pico nos casos de coronavírus, o município não tem condições de reabrir as atividades econômicas.

“Fazemos um esforço danado para conservar as pessoas em casa e essas aparições do presidente [Jair Bolsonaro] dizendo que não há perigo em ir para rua, elas desmobilizam. Nós entendemos que Manaus não tem a menor condição de abrir completamente para a atividade econômica, porque mais pessoas vão adoecer e procurar os hospitais que já estão lotados”, concluiu.

*Com informações da Agência Brasil.

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