A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) informa a identificação de dois casos de Covid-19 pela variante Mu (B.1.621) em Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus). A identificação ocorre por meio do Instituto Leônidas e Maria Deane – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Amazônia), que compõe a rede de Diagnóstico e Vigilância Genômica no Amazonas.
A identificação foi realizada nas ações de enfrentamento à infecção no Alto Solimões durante testagens de detecção do novo coronavírus (SARS-CoV-2) na região do Alto Solimões, onde estão localizados os municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga e que fazem fronteira com o Peru e a Colômbia.
A variante Mu foi classificada como Variante de Interesse (VOI) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 30 de agosto deste ano. A linhagem foi identificada em janeiro de 2021, inicialmente na Colômbia, como variante de atenção.
A identificação ocorreu a partir de realização de sequenciamento genético (análise de amostras de RT-PCR com o objetivo de identificar variantes). As amostras foram coletadas em ação na área de fronteira de Tabatinga e encaminhadas para sequenciamento genético da Fiocruz Amazônia.
Perfil
Trata-se de uma mulher, de 73 anos, e o neto dela, de 10 anos. De acordo com o diretor-presidente da FVS-RCP, Cristiano Fernandes, a identificação dos dois casos ocorreu após o sequenciamento genético de um lote de 14 amostras positivas para Covid-19. “Os dois são contatos diretos, mas possuem parentes residentes em Letícia, na Colômbia. Está sendo realizada a investigação epidemiológica dos casos e rastreamento de todos os contatos dos casos confirmados incluindo a coleta de RT-PCR para identificação de possíveis novos casos”, destaca.
A notificação foi realizada pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da FVS-RCP (CIEVS/FVS-RCP) ao CIEVS nacional na quinta-feira (09/09) e ao CIEVS de Tabatinga. Segundo a enfermeira e coordenadora do CIEVS/FVS-RCP, Liane Souza, o menino detectado com a variante não apresentou nenhum sintoma gripal. Já a mulher apresentou febre, tosse e dispneia (falta de ar).
“Em relação à situação vacinal, o menino ainda é muito novo para a faixa etária contemplada para a vacinação contra Covid-19 já a avó tinha tomado a primeira e a segunda dose do imunizante contra a infecção”, detalha a enfermeira, acrescentando que ninguém foi internado e os dois estão fora do período de transmissão do vírus, alcançando a cura clínica.
Fronteira
As ações de enfrentamento à Covid-19 do Governo do Amazonas, com efetivo da FVS-RCP e da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), seguem na região do Alto Solimões, onde estão localizados os municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga e que fazem fronteira com o Peru e a Colômbia.
O enfrentamento à infecção está sendo realizado nos municípios com o objetivo de garantir o monitoramento de novas variantes e intensificar a vacinação em grupos populacionais dos três países. O monitoramento da situação epidemiológica da região inclui a circulação de viajantes dos três países por meio da testagem e realização de sequenciamento genético para identificação de variantes do novo coronavírus.
Por meio da ação conjunta na fronteira, o Governo do Amazonas enviou ainda kits de diagnóstico de RT-PCR, testes de detecção de antígeno, insumos e Equipamentos de Proteção Individual (EPI), além de 3 mil doses de vacina da Janssen para imunização.
Assistência
Conforme a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), o hospital de Tabatinga possui dois leitos de Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e está há mais de 20 dias sem pacientes com Covid-19 internados. Já o Hospital de Guarnição de Tabatinga (HGuT), retaguarda para pacientes com a doença, está há mais um mês sem hospitalizações pela Covid-19.
Além disso, os insumos e materiais necessários para atendimento e assistência de pacientes em Tabatinga estão sendo fornecidos e, caso haja necessidade, pacientes são transferidos por Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Aérea para o Hospital Delphina Aziz, que é referência no atendimento da doença no estado.
*Com informações da assessoria