*Da Redação Dia a Dia Notícia
Vereadores de oposição ao prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), repercutiram nesta segunda-feira (29), na tribuna da Câmara Municipal (CMM), a revelação de que a sogra do mandatário atuou como administradora da empresa Murb Manutenção e Serviços Urbanos Ltda. entre 6 de junho de 2022 e 11 de setembro de 2023. A empresa firmou contratos que somam mais de R$ 320 milhões com a Prefeitura entre 2022 e 2025, conforme dados do Portal da Transparência.
O vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) afirmou que está finalizando um dossiê que reunirá denúncias envolvendo parentes de David Almeida e da primeira-dama, Izabelle Fontenelle. O documento será encaminhado ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM), ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) e à Justiça. Guedes adiantou que pretende apresentar, na CMM, um pedido formal de CPI ou mesmo um novo processo de impeachment.
Durante discurso na tribuna, o parlamentar classificou a situação como “gravíssima” e acusou o prefeito de usar a máquina pública em benefício próprio e de familiares. “O crime organizado está dentro da Prefeitura de Manaus e está na cadeira do prefeito. Porque o prefeito David Almeida desembolsa milhões dos cofres públicos para beneficiar sua família, isso é uma verdadeira facção criminosa. Dinheiro que era para ser da população está sendo usado para sustentar a vida de luxo do prefeito e sua família. Não dá mais para assistir esse crime”, declarou.
O vereador José Ricardo (PT) disse ter recebido a informação com surpresa e destacou que a denúncia precisa ser investigada com rigor. Para ele, a situação aponta indícios de favorecimento, descumprimento da legislação e até imoralidade administrativa. “Eu fiquei surpreso em saber o volume de recursos que envolve parentes do prefeito. É grave e precisa ser apurado. No mínimo é uma situação imoral. Enquanto isso, demandas básicas continuam sem solução, como exames laboratoriais, que desde fevereiro não são realizados nas unidades de saúde”, criticou.
Já o vereador Coronel Rosses (PL), autor de representação apresentada ao Ministério Público de Contas (MPC-AM) contra quatro empresas contratadas pela Prefeitura, entre elas a Murb, defendeu cautela antes de avançar em um pedido de CPI ou impeachment. Ele informou que aguarda a inspeção extraordinária admitida pelo TCE-AM para aprofundar a apuração. Rosses acrescentou que também acionará o Conselho Regional de Administração para verificar se Lidiane Fontenelle possui registro profissional que a habilite a exercer a função de administradora.
“Prefiro aguardar a inspeção extraordinária do TCE, que já foi admitida, para termos algo mais concreto. Além disso, vamos solicitar ao Conselho de Administração a confirmação sobre o registro de Lidiane, para verificar se ela tinha qualificação para ocupar o cargo”, disse Rosses.
