O vereador Sassá da Construção Civil (PT) disse em seu pronunciamento na Câmara Municipal de Manaus (CMM) na segunda-feira (10) que tem recebido ameaças de morte por fiscalizar obras irregulares de empresas da construção civil em Manaus.
Conforme o vereador, a situação atual dos trabalhadores que fornecessem serviços para essas empresas é precária e análoga à escravidão, pois seus direitos trabalhistas não são assegurados.
“Muitas obras clandestinas, muitos trabalhadores sem carteira assinada, pessoas trabalhando sem bota, sem EPI, sem vale-transporte e alimentação. Muitas obras hoje em período de escravidão. Aí muitos empresários que não assinam a carteira, vendo isso e sabendo que estão praticamente em regime de escravidão, vem me ameaçar, preocupado!”, diz o vereador, sem citar diretamente onde isso ocorre.
Por denunciar esses casos, o vereador vem sofrendo constantes ameaças, inclusive que são direcionadas à sua família.
“Em pleno Dia das Mães, recebi uma ameaça de morte e até troquei o meu número do celular porque estou fazendo blitz e mexendo com os cofres dos caras que ganham R$ 10 milhões. Se nós começarmos a fazer um trabalho sério, esses empresários vão baixar os custos deles porque estão esquecendo o trabalhador. Eles ameaçaram pegar a minha família porque estou denunciando. Eu não vou calar a boca aqui na tribuna, eu tenho o apoio dessa Casa, da população e dos trabalhadores”, disse o vereador.
O parlamentar também denunciou durante a sua fala na CMM a prática de redução de salários feita pelos empresários da construção civil que não respeita a carga horaria de trabalho.
“O operário trabalha das 7h ás 17h, o salário do servente de pedreiro é de R$ 1.132. Agora, com um decreto do governo federal, eles estão ganhando R$ 600, mas continua a mesma carga horária. Manaus tem 120 obras no momento e 70% são clandestinas”, disse Sassá.