*Da Redação Dia a Dia Notícia
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME, da sigla em inglês) tem revelado que a população amazonense está abandonando o uso de máscara em locais públicos. De acordo com IHME, 66 a 69% da população amazonense aderiu ao uso contínuo do equipamento no mês de maio. O índice é o mais baixo registrado no Estado em 2021, desde o final de janeiro.
No estudo, o uso de máscara é definido como a porcentagem de pessoas que afirmam que sempre usam máscara quando saem em público. A meta de 95% de uso de máscara é o nível mais alto registrado no mundo, encontrado em Cingapura.
No Amazonas, desde o início da pesquisa em setembro de 2020, o nível mais alto de uso de máscara foi de 77%, observado de 7 a 12 de fevereiro deste ano. Durante o mês de janeiro, quando o Estado passou pela crise de oxigênio nos hospitais e a segunda onda de Covid-19, o uso do equipamento de proteção cresceu, saindo de 61% para 75%.
A menor porcentagem foi verificada entre 26 de novembro a 03 de dezembro. Apenas 54% da população utilizava a máscara nesse período, mesmo com uma tendência de crescimento nas hospitalizações pela doença. Na semana do dia 29 de novembro, a Fundação de Vigilância em Saúde registrou 334 internações por Covid-19, e nas semanas seguintes, o número apenas cresceu, até atingir 2.198 internações na semana do dia 17 de janeiro.
A partir de março de 2021, quando o número de mortes e internações voltou para a estabilidade, e quando as medidas restritivas do decreto estadual foram flexibilizadas, o índice de pessoas que afirmaram sempre utilizar a máscara começou a diminuir. A porcentagem saiu de 75 no início do mês, para 72. No final de abril, o número registrado foi de 69%.
O IHME é um centro independente de pesquisa em saúde global da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. O estudo compara o nível atual de uso de máscara em um local com a meta de uso de máscara universal (95%). No Brasil, os resultados da pesquisa estão disponíveis para todos os estados da federação e o Distrito Federal.
Os dados são obtidos por meio da Pesquisa Global de Sintomas COVID-19 (baseada nos resultados do Centro de Ciência de Dados Sociais da Universidade de Maryland com o apoio do Facebook); da Pesquisa de Sintomas COVID-19 dos Estados Unidos (baseada nos resultados da pesquisa do Grupo de Pesquisa Delphi da Carnegie Mellon University com o apoio do Facebook); da Fundação da Família Kaiser; e da Pesquisa Rastreadora de Comportamento COVID-19 da YouGov.
Eficácia das máscaras
O crescente abandono do uso de máscara pode contribuir para a possível terceira onda do vírus no Amazonas, mas caso a população reforce o uso do equipamento, o impacto pode ser menor.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS) concluiu que o uso de máscaras reduz em 87% a chance de infecção por Covid-19.
O estudo “Distanciamento Social, Uso de Máscara e a Transmissão de SARS-CoV-2: um estudo de caso-controle com base na população” entrevistou 247 pacientes para sobre o uso de máscara, grau de adesão ao distanciamento social e a rotina de atividades fora de casa. Para comparação, o mesmo questionário foi aplicado em 1.396 pessoas testadas pela pesquisa Epicovid (estudo sobre prevalência de infecção por Covid-19 da UFPel).
Outro estudo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), testou a eficiência de 227 modelos de máscaras encontrados em lojas e farmácias do Brasil. A mais segura, de acordo com a pesquisa, foi a PFF2, que retém em torno de 98% de partículas que caem sobre ela.
Em segundo lugar ficaram as máscaras cirúrgicas, que filtraram 89% das partículas. As máscaras de tecidos, as mais comuns entre as pessoas, ficou com média de 40% de proteção, mas, com duas ou três camadas e sem costura no meio, podem chegar até 70%.