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Um mês após nomeação em cargo, gêmeas vacinadas em Manaus pedem exoneração 

Foram exonerados ontem pela prefeitura de Manaus sete médicos investigados pelo Ministério Público do Amazonas por suspeita de furar a fila da vacinação contra a covid-19. A decisão foi publicada no DOM (Diário Oficial do Município).

Entre os nomes, estão as irmãs gêmeas Gabrielle e Isabelle Kirk Maddy Lins, filhas de um empresário do ramo da educação no Amazonas.

Procurada pelo UOL, a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde informou que as exonerações foram “a pedido”, ou seja, solicitadas pelos próprios servidores.

Formadas no ano passado, elas chegaram a publicar que estavam vacinadas nas redes sociais. As duas foram nomeadas entre os dias 18 e 19 de janeiro para trabalhar na área administrativa de uma UBS (Unidade Básica de Saúde) de Manaus e foram umas das primeiras a serem vacinadas. As irmãs foram contratadas como gerente de projetos, com salário de R$ 8.000.

“Vacinada sim!”, escreveu Isabelle em sua rede social. “Nunca tomei uma vacina tão feliz”, postou Gabrielle.

Sete médicos contratados como gerente de projetos foram exonerados em Manaus - Reprodução - Reprodução

 

Sete médicos contratados como gerente de projetos foram exonerados em Manaus

Imagem: Reprodução

Da lista de ontem, dois médicos foram considerados exonerados a partir de 1º de fevereiro. Já outros cinco a partir de 4 de fevereiro. Mesmo com o pedido de exoneração, as gêmeas tomaram a segunda dose da vacina na última quarta-feira, dia 10.

Quando o caso veio à tona, a prefeitura afirmou que as irmãs estavam na lista de dez médicos recém-nomeados para gerenciar projetos, mas que, diante da necessidade, foram remanejados para a linha de frente. O UOL questionou hoje a Secretaria Municipal de Saúde sobre a situação dos outros três médicos, além dos sete exonerados, porém, o órgão não soube informar.

Em nota, assinada por três advogados que representam as gêmeas, foi informado que os dez médicos “optaram por formular pedido de exoneração do cargo”. Segundo a defesa, a situação “ficou insustentável” a partir do momento em que passou a questionar a forma de contratação, o que gerou “um enorme mal-estar e comprometendo o ambiente de trabalho”.

“Diante de outras possibilidades de colocação, não havia porque Gabrielle e Isabelle permanecerem ali com todo o desgaste que se criou, já que, muito longe de qualquer favorecimento, o intuito de todos os médicos era atender o chamado da prefeitura e atuar no combate à pandemia, ajudando a conter a situação de colapso na saúde de Manaus”, complementaram os advogados.

Sobre o fato das gêmeas terem recebido a segunda dose da vacina, a defesa disse que as médicas trabalhavam na linha de frente do combate ao coronavírus e que foram notificadas pelo Portal da Prefeitura para receber o complemento do imunizante.

“Não há ordem judicial que as impedisse de tomar a segunda dose. Pelo contrário, tomar a segunda dose é decorrência e obrigação de quem já recebeu a primeira, pois, do contrário, o imunizante não teria eficácia alguma, inviabilizando, dessa forma, o avanço no programa de vacinação”, observam a defesa das gêmeas.

Os advogados argumentaram que “não houve irregularidade” na aplicação das doses e que os dez médicos não foram considerados fura-filas na representação do Ministério Público encaminhada à Justiça.

A defesa explica ainda que as irmãs decidiram deixar os valores recebidos “consignados em juízo” até que a forma de contratação seja esclarecida pela Justiça.

“Isto porque, não aceitaram o cargo por questão financeira ou para obter qualquer benefício pessoal, mas apenas para exercer a medicina e atuar no combate à crise sanitária sem precedentes que estamos todos vivenciando.”

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