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Um mês após morte de Dom e Bruno, Univaja denuncia invasão de garimpeiros armados em sede da Funai no Vale do Javari

Foto: Reprodução/Univaja
*Lucas dos Santos, da Redação Dia a Dia Notícia

Pouco mais de um mês desde o assassinato do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira, garimpeiros armados invadiram e ameaçaram funcionários da sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Vale do Javari, Amazonas. O caso foi denunciado pela União dos Povo Indígenas do Vale do Javari (Univaja) por meio de nota nas redes sociais.

A instituição informou que os servidores da Funai “na base do rio Jandiatuba estão sendo ameaçados pelo garimpo, que cada vez mais se aproxima de regiões com indígenas em isolamento voluntário”. No documento publicado nas redes sociais, a Univaja afirma que a invasão ocorreu no fim da tarde da última sexta-feira (15/07), quando “dois homens armados foram à Base de Proteção Etnoambiental (BAPE) da Funai”.

“Os homens armados perguntaram quantos funcionários (dentre eles, indígenas do povo Matis) estavam trabalhando naquela Base, com clara intenção de assediar os servidores. Umas das principais atribuições dos servidores da Funai na Base Jandiatuba é a proteção da terra indígena para assegurar a integridade física e territorial de grupos indígenas isolados que vivem nos rios Jandiatuba e Jutaí. Nessa região do Vale do Javari, existe a maior quantidade de informações e referências confirmadas de índios isolados”, diz o documento.

A peça também relata que uma equipe da Funai registrou a presença de 19 balsas de garimpo no rio Jandiatuba entre fevereiro e março de 2022, “com movimentação logística saindo do município de São Paulo de Olivença (AM), e pontos de retirada de madeira para construção de balsas próximos da localidade dos indígenas isolados”. Os operadores das balsas de garimpo estariam portando armas de fogo calibres 16 e 12. As coordenadas de GPS e fotografias das balas foram enviadas em relatório às autoridades competentes, mas nenhuma providência foi tomada.

“Mesmo com a repercussão nacional e internacional do assassinato de Bruno e Dom, mesmo após as reuniões junto a diferentes instâncias, as autoridades brasileiras ainda não se conscientizaram de que os infratores continuam invadindo a Terra Indígena Vale do Javari”, pontua a Univaja.

A entidade indígena fez ainda três pedidos aos governos estadual e federal:

  • criação de um Plano Emergencial de Proteção para o Vale do Javari;
  • atuação conjunta da Polícia Federal, Exército e Ibama por, no mínimo, seis meses com a Funai nas bases de proteção etnoambiental da região;
  • e a atuação da Polícia Militar Ambiental por, no mínimo, seis meses no trecho do rio Itaquaí, entre a cidade de Atalaia do Norte e a terra indígena Vale do Javari, para combater os crimes ambientais.

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