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Turismo de Base Comunitária gera renda e fortalece indígenas do povo Kambeba, no Amazonas

Já imaginou viver uma experiência única, no coração da Amazônia, com dias inesquecíveis e de muito conhecimento ao lado do povo Kambeba? Na comunidade Três Unidos, localizada a uma hora e meia saindo de barco de Manaus, capital do Amazonas, isso é possível!

 

 

Imagens cedida pela Neurilene

 

A comunidade fica localizada à margem esquerda da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, às margens do rio Cuieiras, e tem uma praia linda na frente. É lá que você conhece o Turismo de Base Comunitária (TBC), quando toda a comunidade se organiza para receber turistas.

 

Crédito: @cdospassaros

 

É um destino que, com certeza, vai te proporcionar muito conhecimento sobre a cultura, arte, artesanato, gastronomia e história do povo Kambeba, também conhecido como Omágua, que significa o “povo das águas”. Atualmente, residem 32 famílias, em torno de 110 pessoas, na comunidade.

Lá, você pode escolher ficar hospedado na Pousada Canto dos Passáros (@cdospassaros),  o Hostel Kambeba (@kambeba_hostel)  ou nas casas dos próprios moradores que, aliás, é a melhor dica para vivenciar experiências inesquecíveis ao lado deles.

 

Crédito: @cdospassaros

 

Crédito: @kambeba_hostel

Com o TBC, os moradores se programam para receber os turistas. O líder da comunidade, o tuxaua Waldemir Silva, reúne os comunitários para organizar as ações como, apresentações culturais e de dança; guias turísticos para mostrar as belezas do local; pesca com piranha; focagem de jacaré; atividades com zarabatana; pinturas corporais com grafismo indígena; entre outras de lazer. Dessa forma, o visitante se integra com o dia a dia da comunidade e seus moradores.

 

Crédito: Neurilene Cruz

 

É também na Comunidade Três Unidos que você pode conhecer o restaurante Sumimi (@restaurante.sumimi), estrategicamente localizado em frente ao rio, com uma vista que impressiona a todos. Criado em 2012, o estabelecimento é comandado por uma mulher indígena do povo Kambeba, a empreendedora Neurilene Cruz, junto de outras moradoras da comunidade.

 

Crédito: Neurilene Cruz

A criação do restaurante surgiu com o apoio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que inicialmente deveria servir apenas os colaboradores que estavam construindo uma escola na região. O projeto do restaurante é do renomado arquiteto Sérgio Santos, que destaca o ecodesenvolvimento e é conhecido internacionalmente por tirar o maior proveito de materiais descartados e proporcionar um novo significado, principalmente para madeira de reuso.

 

Crédito: Neurilene Cruz

A cozinha do restaurante, sob comando da chefe Neurilene, mobilizou 10 mulheres da comunidade que, juntas, criaram um cardápio voltado para receitas tradicionais do Povo Kambeba e que encanta a todos os visitantes. Há pratos regionais com peixes amazônicos como Tambaqui, Matrinxã, Jaraqui e outros, que são assados no estilo moquém, com uma grelha artesanal de madeira e enrolados na folha da bananeira.

 

Prato “Fani” – Especialidade do Restaurante Sumimi –  Crédito: Neurilene Cruz

Neurilene confirma que o prato mais solicitado do restaurante é o “Fani”, tradicional na culinária Kambeba, elaborado com macaxeira e pirarucu, além de ser cozido na folha de bananeira. O local tem capacidade para receber até 100 pessoas.

Crédito: Neurilene Cruz

Segundo ela, Sumimi, na língua originária Kambeba, significa Japiim, um pássaro inteligente que consegue imitar o canto de outras aves. O empreendimento foi acompanhado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Amazonas por dois anos com uma série de capacitações técnicas sobre gestão, precificação e culinária regional, visando a inserção, diversificação e permanência no mercado amazonense.

 

“Conforme o restaurante crescia, usamos o dinheiro para estudar e investir em melhorias no estabelecimento. Quem não está atuando com o artesanato e a pousada, vem atuar no restaurante”, comenta Neurilene. Ela é a prova que a comida pode proporcionar uma conscientização sobre a cultura indígena, quebrar preconceito e mudar a realidade de quem vive na comunidade.

 

Crédito: @cdospassaros

Além do restaurante e das pousadas, a Comunidade Três Unidos possui um centro de artesanato que ajuda a vender as peças criadas pelos moradores. Há vários modelos de acessórios femininos, artigos para casa, biojóias, luminárias, artigos de decoração, entre outros. Além disso, há roupas com grafismo tradicional Kambeba, criadas pelas mulheres da comunidade.

 

Mesmo com todo esse potencial turístico, Neurilene revela que boa parte da comunidade ainda vive sem energia elétrica o dia todo. Muitas residências e comércios utilizam motor a diesel, que é poluente, para ter energia por apenas seis horas por dia. Inclusive, o restaurante Sumimi. Isso dificulta o empreendimento a ter estoque de alimentos ou, por exemplo, a deixar uma garrafa de água gelada para servir aos clientes.

 

“O ideal seria termos um sistema de energia solar para beneficiar toda a comunidade. Diante disso, só recebemos no restaurante quem faz reserva com antecedência. Pois, só com a reserva podemos comprar os produtos para elaborar o cardápio. Mas, isso não me faz desistir, ao contrário, só me fortalece. O restaurante vem ajudando muitas famílias gerando renda para nossa comunidade”, comenta Neurilene. Para saber mais informações sobre reservas, ligue no (92) 99322-1083 ou pelo Instagram @restaurante.sumimi.

 

 

Por Emanuelle Araújo

Sou jornalista, especialista em Ciência Política, Marketing Digital e Ensino Superior, com mais de 20 anos de carreira, atuando em veículos de comunicação, assessoria de imprensa e redes sociais. Sou apaixonada por viagens e pela Amazônia, e há mais de 8 anos faço a produção de conteúdo das redes sociais de mais de 50 hotéis espalhados pelo Brasil, sempre dando dicas de turismo e destacando destinos incríveis.

Na coluna “Turismo do Dia”, mostro informações especiais para quem não dispensa alguns dias de folga, se divertindo e conhecendo novos destinos. Vem “turistar” comigo! Para saber mais, me siga no @turismododia.

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