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Taxa de câncer de colo uterino no Amazonas é 102% maior que a média brasileira

Com uma taxa bruta de casos de câncer de colo de útero 102,3% maior que a brasileira, o Amazonas tem como um dos grandes desafios na saúde pública, e também na privada, conscientizar sobre a importância da prevenção à doença, por meio de ações individuais e coletivas, como a realização anual do exame preventivo Papanicolau e a vacinação contra o HPV (Papilomavírus Humano), principal agente causador da alteração, explica a presidente da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), enfermeira oncológica Marília Muniz.

Dados da Estimativa de Casos Novos, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontam que a taxa bruta, que projeta o número de casos para cada 100 mil mulheres, é de 16,35 para o Brasil e 33,08 para o Amazonas. Quando s trata de Manaus, a situação é ainda mais grave, com uma taxa bruta de incidência de 51,94 para a mesma proporção de mulheres. Significa dizer que a maior parte dos casos está concentrada na capital. O Inca é um órgão é subordinado ao Ministério da Saúde (MS) e a tabela com a estimativa consta na projeção mais recente lançada pelo Governo Federal.

Em 2019, o movimento Março Lilás foi lançado no Amazonas, através da Lei 4.768/19, sancionada pelo Governo do Amazonas. Em 2021, ano de pandemia, explica Marília Muniz, as ações educativas estão mais tímidas, restritas à conscientização em ambientes hospitalares internos e à internet.

“Por isso, decidimos lançar um alerta sobre a situação. A ampliação de ações educativas, tendo as novas tecnologias como aliadas, podem ajudar a mudar uma triste realidade que assombra nosso Estado. Temos um dos maiores índices da doença no País e sabemos que isso pode ser evitado, uma vez que o câncer de colo uterino é 100% prevenível”, destacou.

Usar o preservativo durante as relações sexuais, vacinar meninas em idade escolar para imunizá-las contra o HPV e chamar a atenção de mulheres em idade reprodutiva, sobre a necessidade do preventivo, são medidas essenciais para conter o avanço desse tipo de neoplasia maligna, que deve acometer, só em 2021, cerca de 700 mulheres no Amazonas e 16.710 no Brasil.

“Uma informação importante é: se fizer o Papanicolau, busque o resultado. E, em caso de alteração sugestiva, procure ajuda médica especializada o mais rápido possível”, orienta Marília. De acordo com ela, mais de 90% dos casos de câncer de colo uterino são provocados pelo HPV (Papilomavírus Humano), considerado uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), mas que pode ser evitado.

“Existem centenas de tipos de HPV, mas apenas 13 são considerados oncogênicos (que podem evoluir para o câncer), o que não anula a importância e a responsabilidade de se investigar caso a caso. As lesões provocadas pelo HPV são consideradas precursoras e, se tratadas a tempo, não evoluem para quadros de câncer”, assegurou.

O ideal, segundo a especialista, é que mulheres com vida sexual ativa façam um check up médico uma vez ao ano, se antecipando a eventuais problemas, ou, detectando-os precocemente. “Agendar-se com antecedência para consultas com ginecologista, mastologista e outros especialistas, é um ato de amor próprio. Lembramos que, na oncologia, o principal ditado é: quanto mais cedo o câncer é descoberto, maiores são as chances de cura”, concluiu.

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