*Da Redação Dia a Dia Notícia
A partir deste sábado (5), entram em vigor as tarifas recíprocas anunciadas por Donald Trump, que atingem importações de diversos países, incluindo o Brasil. O pacote de tarifas, que afeta mais de 180 nações e regiões, tem alíquotas mínimas de 10% sobre as importações brasileiras. A medida é parte da estratégia do governo dos EUA para aumentar a produção local e reduzir o déficit comercial, sendo vista por Trump como uma forma de tornar o país “livre” de produtos estrangeiros, em um discurso comparado a uma “declaração de independência econômica”.
No entanto, a medida enfrenta críticas de especialistas, que apontam uma série de possíveis efeitos negativos, tanto para a economia dos Estados Unidos quanto para o restante do mundo. A principal preocupação é que o aumento das tarifas possa pressionar a inflação nos EUA, já que os custos mais altos de importação tendem a ser repassados aos consumidores, elevando os preços de produtos e serviços. Além disso, há incertezas quanto à capacidade da indústria americana de suprir a demanda, o que poderia levar a escassez de produtos e aumento de preços.
Outro ponto negativo é o impacto sobre as taxas de juros. Com o aumento da inflação, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, poderia ser forçado a manter as taxas de juros elevadas, o que pode desacelerar ainda mais a economia americana. O fortalecimento do dólar em relação a outras moedas também é uma consequência possível, afetando negativamente países como o Brasil, que enfrentariam um câmbio mais pressionado e custos de crédito mais altos.
O cenário de incertezas já gerou reações no mercado financeiro, com quedas no valor do dólar e nas bolsas de valores, tanto nos EUA quanto na Europa e Ásia. A medida, que atinge aliados e potenciais rivais comerciais dos EUA, como a China, a União Europeia e o Japão, continua gerando divisões, com um pequeno grupo de defensores no governo americano, enquanto muitos analistas temem que o tarifaço possa agravar a desaceleração econômica global.