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Sinésio e Serafim apontam manobra de dono da Cigás para dominar mercado de gás natural no Brasil

Os parlamentares da Assembleia Legislativa do Amazonas afirmam que Carlos Suarez tenta escapar das novas regras da Lei do Gás
*Da Redação Dia a Dia Notícia

Os deputados estaduais Sinésio Campos (PT) e Serafim Corrêa (PSB) pediram explicações sobre um possível investimento de 60% da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) em um leilão de térmicas e gás natural no estado do Amapá, especificamente na capital Macapá e na região metropolitana do estado. Os parlamentares apontam para uma tentativa do sócio majoritário da Cigás, Carlos Suarez, de monopolizar o mercado brasileiro de gás natural. Conhecido como “rei do gás”, o bilionário tem ações em outras sete empresas do setor.

O Amapá é o único estado da região Norte no qual não há vigência da nova lei do gás, que estabelece regras sobre o serviço de distribuição e comercialização da matéria-prima. Vale esclarecer que o Ministério de Minas e Energia abriu edital para construção de térmicas a gás na região Norte e a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), da qual a Cigás faz parte, sugeriu que no próximo leilão possa investir os tais 60% do produto no Amapá.

Para Sinésio Campos, a articulação tem influência direta do empresário baiano Carlos Suarez, que, atualmente, detém 83% das ações da Cigás.

“Mais uma vez o governo federal ataca o Amazonas e, agora, tendo um dos vilões que explora o gás no país, que chama-se Carlos Suarez, associado à Abegás. Das 11 empresas de gás do Brasil ele é sócio majoritário de 8, dentre elas a Cigás do Amazonas, que garante ao Carlos Suarez um montante de 800 mil reais ao ano”, revelou Sinésio.

Caso a manobra aconteça, o cenário será desfavorável para o Amazonas, visto que a ação afetaria a geração de empregos e novos investimentos no mercado de gás natural da região, argumentou o parlamentar.

“Recentemente, nós sofremos um golpe do governo federal, que reduziu, por meio de decretos, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em até 35% e outro que acabou com o incentivo a empresas que produzem concentrados para a fabricação de bebidas, na Zona Franca de Manaus (ZFM). Agora, querem tirar a geração de emprego e investimentos da iniciativa privada, no momento em que o Amazonas busca novas alternativas econômicas”, destacou Sinésio.

Serafim pontua que a nova Lei do Gás, de inciativa da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), contraria os interesses do empresário baiano, a quem o deputado classificou como “muito esperto”.

“O Amazonas tem as maiores reservas de gás em terra firme, mas esse gás ainda não entrou na economia do Amazonas. E não entrou exatamente porque houve uma operação mal feita no século passado, que colocou nas mãos do empresário da Bahia, Carlos Suarez, a Cigás. Ele tem 83% da Cigás. E, com as regras, até então vigentes, a Cigás, praticamente, não podia fazer nada”, disse.

O líder do PSB relembrou o caso do “centrãoduto”, divulgado pelo jornal Estadão, no qual o projeto que tratava incialmente da modernização do setor elétrico foi alterado para beneficiar Carlos Suarez com R$ 100 bilhões. A proposta prevê a interligação dos gasodutos com terméletricas, um dos meios mais caros para gerar energia elétrica.

“A Abegás sugeriu ao Ministério de Minas de Energia que no próximo leilão de térmicas a gás colocar 60% no Amapá, sabe por quê? Porque no Amapá ainda não tem a nova Lei do Gás. Interessante é que a justificativa foi a “alteração objetiva de reduzir a interrupção de energia, como aconteceu, recentemente, com apagões e a segurança do sistema”. Mas o que aconteceu no Amapá não foi falta de geração, foi problema de distribuição, o que é completamente diferente.  O que ele quer é desviar para lá, porque lá ele tem o controle total e aqui, onde nós temos as maiores reservas de gás, temos a possibilidade de novas térmicas. Ele não quer aqui, porque pelas novas regras ele perdeu o controle que tinha”, alertou o parlamentar fazendo menção ao diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar.

Segundo dados da Petrobrás, o Amazonas possui a maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil. O potencial de gás natural do Estado chega a 130 bilhões de metros cúbicos, dos quais 77,9 bilhões estão concentrados em Urucu com reservas comprovadas.

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