O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) ingressou na Justiça, nesta segunda-feira, dia 03, com uma Ação Civil Pública para suspender o retorno das aulas presenciais determinadas pelo Governo do Estado para o dia 10 de agosto de 2020. O sindicato defende a manutenção das teleaulas, como tem sido feito desde o dia 23 de março.
“Não dá pra voltar sem segurança. Quem vai garantir distanciamento em turmas com 60 alunos? Mesmo dividindo em duas, são 30 em cada em sala de 3×4 metros quadrados. Não tem teste nem pra trabalhador nem pra estudantes. Por que não manter as aulas remotas? A pandemia não acabou. Estamos lidando com a vida, com a saúde das pessoas”, afirmou a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues.
Segundo o Sinteam, ao contrário do resultado da pesquisa divulgada pelo Governo do Estado, grande parte dos profissionais da educação, alunos e responsáveis não estão de acordo com o retorno das aulas presenciais, pois não sentem segurança para que isso ocorra.
O sindicato alega que não existe disponibilidade de testes para alunos e trabalhadores, as salas de aulas comportam até 60 alunos, há apenas duas pias nas escolas para atender centenas de alunos e não é suficiente, as salas não possuem ventilação e assim, não existe renovação de ar. Além disso, o plano de saúde não realiza teste em todos os que solicitam, aumentando a possibilidade de contaminação através dos indivíduos assintomáticos.
“Caso o servidor ou algum aluno venha a adoecer, a solução será colocar todos em quarentena, haja vista que o contato fora estabelecido de forma impensada?”, questiona o Sinteam na ação.
O sindicato levanta a questão sobre determinação da suspensão dos festivais e festas nos municípios, por conta da pandemia, e que liberar as aulas presenciais é seguir na contramão das medidas de prevenção adotadas até agora.
“Hoje, Ministério Público Estadual e Defensoria Pública Estadual recomendaram a suspensão do festival de Parintins por causa do risco de transmissão mas não vejo o mesmo empenho quando o assunto é a vida de trabalhadores e estudantes, sendo que o festival acontece em ambiente aberto e as aulas dentro de caixas sem ventilação”, afirmou a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues.
Ela diz que o risco também está no deslocamento dessas pessoas. “O principal meio de locomoção de alunos e profissionais é o transporte coletivo. Aí tem mais um risco de contaminação”, declarou Ana.
Na tarde de hoje, o Sinteam vai realizar uma assembleia geral para decidir, com a categoria, sobre o indicativo de greve.