*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) identificou, no primeiro mês de 2022, a setorização de áreas de risco geológico em diversos municípios dos estados de Minas Gerais, Amazonas, Santa Catarina, Pará e Pernambuco. O SGB-CPRM é a única entidade que realiza esse trabalho em escala nacional. Os municípios contemplados são: Antônio Carlos (SC); Carauari, Guajará, Ipixuna, Juruá, Itacoatiara, Itapiranga, Silves (AM); Caxambu e Ewbank da Câmara, Matias Barbosa e Soledade de Minas (MG); Igarassu (PE) e Monte Alegre (PA).
A identificação e caracterização abrange porções urbanizadas do território municipal sujeitas a sofrer perdas ou danos causados por enchentes, inundações, deslizamentos, erosões, dentre outros eventos adversos de natureza geológica. Objetiva-se prevenir acidentes como o desabamento rochoso que aconteceu em Ouro Preto no início deste ano. Os produtos utilizados incluem mapas, relatório técnico e arquivos vetoriais georreferenciados que podem subsidiar a tomada de decisões para a prevenção de desastres.
Foram disponibilizados, ainda, os diagnósticos da população residente nas áreas de risco geológico mapeadas pelo SGB-CPRM nos municípios de Ipojuca(PE), Barra do Garças (MT), Colatina(ES) e Marechal Floriano(ES).
Em Barra do Garças, a interseção entre as 20 áreas de risco geológico mapeadas e a área urbanizada localizada nos 85 setores censitários apresentados pelo Censo Demográfico 2010, resultou em 46 polígonos, a partir dos quais foi possível estimar que cerca de 822 domicílios particulares e coletivos estão localizados em áreas de risco geológico alto ou muito alto.
De acordo com o diagnóstico, as variáveis associadas à população indicam que na cidade mato-grossense aproximadamente 2.536 pessoas residem em áreas de risco geológico, das quais 49% são homens e 51% são mulheres. Os idosos correspondem a aproximadamente 18% desta fração da população. Dentre a população alfabetizada, 54% são pardos, 40% são brancos, 4% são negros, 1% são amarelos e 0,1% indígenas.
Quanto aos processos geológicos relacionados às áreas de risco, registra-se que grande parte dos domicílios se encontram em áreas sujeitas a sofrer perdas ou danos decorrentes de queda de blocos (45,84%). Uma parcela dos domicílios se encontra em áreas sujeitas à estabilização de encostas a partir da deflagração de deslizamentos (41,29%). De maneira menos frequente, também foram identificados domicílios em áreas de risco a enxurrada (12,87%).