*Da Redação Dia a Dia Notícia
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou nesta quinta-feira (12) que os aumentos excessivos nos preços dos combustíveis, anunciados pela Petrobras, são de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) e não do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, exonerado da pasta recentemente.
“Com certeza o que mais agonia o povo brasileiro neste momento é a inflação e um dos itens que puxa a inflação para cima é o aumento constante dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, que é a base do transporte brasileiro. E isso, por consequência, aumenta o custo das mercadorias. Isso está sendo sentido por todos nós nas bombas, nos supermercados e no dia a dia de todos nós. É algo que o presidente da República faz de conta de que a culpa é dos outros, que não é dele”, disse Serafim em seu discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
O parlamentar relembrou as demissões do ex-presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, e do ministro Albuquerque, exonerado na última quarta-feira (11), após o anúncio da subida de 8,8% do diesel.
“Outro dia a Petrobras aumentou e demitiu o presidente da Petrobras, ele [Bolsonaro] quis dizer que a culpa é da Petrobras. Aí a Petrobras aumenta de novo e o presidente demite o ministro de Minas e Energia. Aí a Petrobras anuncia um lucro de R$ 44 bilhões em um trimestre. Olha aí… Quem é o presidente da Petrobras? Quem é em última análise o responsável pelo que de bom e ruim acontece no país? É o presidente da República. Venho aqui alertar a todos, porque tem gente embarcando nessa canoa para dizer: ‘Olha o presidente não tem culpa. A culpa é do ministro’. Aí a Petrobras anunciou o aumento de 8,8% no diesel. Será que a Petrobras vai demitir o outro diretor?”, questionou.
‘Centrãoduto’
O líder do Partido Socialista Brasileiro na Casa Legislativa também mencionou a construção do ‘centrãoduto’, um gasoduto no valor de R$ 100 bilhões.
“O governo tem ônus e tem bônus. Você tem que procurar surfar nos bônus e tem que pagar o preço pelos ônus. O que está acontecendo é que o governo Bolsonaro quer surfar, aliás ele nem surfa nos poucos bônus que ele tem e não quer pagar o ônus de ser governo. Quem é governo tem que tomar medidas duras, medidas, muitas vezes, antipáticas, medidas que contrariem interesses. Vejo a grande imprensa anunciando aí o ‘centrãoduto’, que é a construção de um gasoduto por R$ 100 bilhões. Pegaria o dinheiro do pré-sal que ao invés de ir para o Tesouro iria para a construção do gasoduto”, disse Serafim.
De acordo com o deputado, a obra do gasoduto beneficia o empresário Carlos Suarez, proprietário da Cigás, que comprou as áreas de concessão por R$ 1,5 milhão em 2002, ao final da terceira gestão de Amazonino Mendes, hoje incluídas na MP da privatização da Eletrobras.
“O velho empresário conhecido Carlos Suarez, dono da Cigás, que comprou por R$ 1,5 milhão ao apagar das luzes do ano de 2002. É preciso resgatar essa história. É preciso que o Brasil se una para separar o que é interesse privado e o que é interesse coletivo. Se o senhor Carlos Suarez quer dinheiro, ele tem que colocar os R$ 100 bilhões para fazer o gasoduto. Ele conseguiu um jabuti na MP de privatização da Eletrobras em que o governo se obriga a construir um gasoduto, exatamente nas áreas que ele tem concessão, numa grande cruzeta no final dos anos 1990, início dos anos 2000. Quero alertar a todos que a responsabilidade pelo aumento do diesel é do governo federal e não do ministro de Minas e Energia”, concluiu.