A oposição e parcela do Judiciário estão na torcida para que André Mendonça desista da vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), diante das dificuldades para ser aprovado pelo Senado. Mas o ex-advogado-geral da União foi enfático em declaração à coluna: “Sem chances”, disse.
Mendonça foi indicado em julho pelo presidente Jair Bolsonaro para o STF, na vaga deixada pelo ministro Marco Aurélio Mello. Desde então, o presidente vem aumentando o tom dos ataques ao tribunal e aos ministros. O clima pesado adiou a sabatina de Mendonça na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, caminho obrigatório para a cadeira no Supremo.
Mendonça não quer desistir. Foi encorajado ontem (15) por Bolsonaro – que, em reunião no Palácio do Planalto, disse a seu escolhido que não tem plano B para o STF. Ou seja, não nomeará outra pessoa no lugar do ex-advogado-geral.
Também estavam na reunião lideranças evangélicas, o segmento que mais apoia a nomeação de Mendonça. E um grupo de senadores fiéis a Bolsonaro – como Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente; Carlos Viana (PSD-MG) e Luis Carlos Heinze (PP-RS).
A colegas, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), teria se comprometido a conversar com o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para tentar convencê-lo a agendar logo a sabatina. Mas, por ora, não há data provável.
O ápice dos ataques de Bolsonaro ao STF foi em Sete de Setembro, quando o presidente disse que não cumpriria ordens de Alexandre de Moraes. Depois, apresentou uma carta de recuo, dizendo que falou tudo “no calor do momento”. A carta é uma tentativa de apaziguar os ânimos e abrir o caminho para Mendonça chegar ao tribunal.
*Com informações da Uol