Manaus, segunda-feira 8 de dezembro de 2025
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Segunda semana da COP30 começa marcada por pressão global por medidas urgentes

Foto: Cadu Gomes/VPR

*Da Redação Dia a Dia Notícia 

A segunda semana de negociações da COP30 começou, nesta segunda-feira (17), marcada por apelos pela implementação efetiva do Acordo de Paris. Na abertura da plenária de alto nível, que inaugura o ciclo político da Conferência, autoridades brasileiras e internacionais destacaram a urgência de acelerar a transição energética e fortalecer a justiça climática.

O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, abriu a sessão desta segunda-feira reforçando a posição do governo brasileiro na COP30: a de que esta deve ser a Conferência da “verdade, da implementação e da responsabilidade”. Ele destacou que qualquer decisão tomada hoje, seja política, econômica, industrial ou ambiental, precisa garantir a manutenção das condições de vida no planeta, a preservação da biodiversidade e a justiça entre gerações.

Segundo Alckmin, o momento exige menos promessas e mais ação. “Cada fração de grau a mais no aquecimento global representa vidas perdidas, aumento da desigualdade e prejuízos maiores para quem menos contribuiu com a crise. Esta COP deve inaugurar uma década de entrega, quando metas deixam de ser debatidas e passam a ser cumpridas”, afirmou.

O secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, reforçou o tom de urgência. Para ele, a segunda semana da COP marca o início das decisões políticas centrais da agenda, exigindo que os negociadores avancem rapidamente nos temas mais sensíveis.

“Quando deixamos as questões difíceis para depois, todos saem perdendo. Não há mais espaço para manobras ou atrasos táticos. A diplomacia formal cumpriu seu papel, agora é hora de trabalhar”, disse Stiell.

Ao completar uma década, o Acordo de Paris voltou ao centro dos debates. Stiell lembrou que o pacto permanece como o principal instrumento global para enfrentar a crise climática e distribuir os benefícios da ação ambiental entre países. Ele ressaltou que a cooperação internacional precisa seguir firme diante de um cenário mundial marcado por tensões e retrocessos.

A presidente da 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock, também destacou a importância dos avanços desde Paris. Ela afirmou que a trajetória da COP sempre foi marcada por desafios e ciclos de progresso, mas que, mesmo diante das dificuldades globais, conquistas significativas foram obtidas.

Baerbock disse que, apesar de um clima de desânimo alimentado por retrocessos geopolíticos, exemplos de sustentabilidade continuam a surgir pelo mundo. “As soluções existem e estão espalhadas em diferentes regiões. Precisamos conectá-las com base na confiança e na cooperação. É um novo tipo de multilateralismo, ou, como se diz aqui no Brasil, um verdadeiro ‘mutirão’”, destacou.

A transição para fontes renováveis foi tratada como uma das maiores vitórias da última década climática. Desde o Acordo de Paris, o setor de energia limpa avançou com rapidez e se consolidou como um pilar da resposta global à crise.

Baerbock lembrou que, há poucos anos, eliminar o carvão parecia utopia. Hoje, no entanto, fontes renováveis representam 90% das novas instalações de energia no mundo.

Stiell reforçou que o movimento é acompanhado por investimentos inéditos. Só em 2024, mais de US$ 2,2 trilhões foram direcionados para energia renovável, valor superior ao PIB de 180 países. Na COP30, novas iniciativas seguem no mesmo rumo, incluindo o plano global para quadruplicar combustíveis sustentáveis (Belém 4x), a abertura de frentes de indústria verde e novos projetos de adaptação climática.

“Uma nova economia está emergindo, e esses investimentos são prova disso”, afirmou.

Homenagem a Sebastião Salgado

A sessão de alto nível também contou com um momento dedicado ao fotógrafo Sebastião Salgado, morto em maio deste ano. O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, exibiu um vídeo com imagens da série “Amazônia”, produzida entre 2013 e 2019.

Corrêa do Lago destacou a relevância do legado de Salgado, afirmando que suas fotografias se tornaram um chamado permanente para a proteção das florestas, das águas e dos povos da região.

*Com informações da COP30

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