*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A severa seca que atinge o Rio Madeira neste ano trouxe à tona importantes vestígios históricos, incluindo os restos de um navio do Século XIX na passagem do Pedral do Marmelo, em Manicoré, Amazonas. Nessa quarta-feira (16), o nível do rio foi registrado em 10,53 metros, de acordo com dados da Defesa Civil, que também relatou que a crise hídrica já afeta mais de 800 mil pessoas no estado. Essa situação crítica destaca não apenas a vulnerabilidade das comunidades ribeirinhas, mas também os riscos à biodiversidade da região.
Os destroços da embarcação foram avistados pela primeira vez em setembro, por marinheiros e pescadores que navegavam pela área. Embora ainda não tenha sido possível identificar com precisão a origem do navio, especialistas acreditam que se trata de uma “chata” norte-americana, um tipo de embarcação projetada para navegar em águas rasas, típica da época em que a exploração da Amazônia estava em seu auge. O surgimento desse navio é um reflexo das mudanças drásticas no ambiente, que, por sua vez, são intensificadas pelas mudanças climáticas.
Além do navio, a seca também expôs outros tesouros arqueológicos, como gravuras rupestres milenares, ruínas de um forte da coroa portuguesa e canhões que garantiam a segurança da fortificação. Esses achados revelam traços significativos do período em que Portugal disputava o domínio da região com a Espanha. Por um lado, esses vestígios históricos revelam a rica tapeçaria cultural e histórica da Amazônia, mas, por outro, também servem como um alerta sobre os impactos profundos da crise hídrica que a região enfrenta.