Uma peça encenada por refugiados venezuelanos sobre o nascimento de Jesus marcou a abertura da festa de confraternização promovida pelo abrigo do Coroado, situado na zona leste de Manaus, na manhã desta terça-feira (22/12).
Sob a coordenação da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), o local atende atualmente 23 famílias que somam 46 abrigados, entre crianças, adultos e idosos.
A celebração natalina iniciou às 10h30 com a peça de Natal, cuja dramatização aconteceu na língua espanhola. Em seguida houve a distribuição de presentes para as crianças e um almoço com alimentos típicos da época, como peru e frutas.
Presente na confraternização, a secretária adjunta da Seas, Andréa Cidade, disse que a ideia é fazer com que essas famílias, que estão fora de seu país de origem, se sintam acolhidas, como se estivessem em casa.
Segundo a dirigente, a festa teve o apoio da comunidade, dos colaboradores que ajudaram na doação de brinquedos para que os venezuelanos tivessem uma festa completa, regada a brincadeiras e um almoço especial.
“Depois das dificuldades vivenciadas neste ano, nada melhor do que momentos como esse”, assinalou a secretária.
Empenho
A diretora do abrigo, Priscila Cavalcanti, disse que as famílias venezuelanas se juntaram aos servidores da Seas, lotados no local, na organização da festa, desde a limpeza do salão, ornamentação e na produção das comidas.
“Eles também se empenharam na parte de dramatização da peça, das roupas usadas e até na escolha das músicas cantadas pelos participantes”, informou.
O abrigo do Coroado conta com uma equipe técnica formada por assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e nutricionistas, além dos servidores da parte administrativa, cozinheiras e motoristas.
O diretor do Departamento de Proteção Social e Especial (DPSE), Keyne Mendonça, enalteceu o trabalho feito pela equipe da Seas e abrigados, ressaltando a importância dessa interação, o que mostra o comprometimento do poder público na ajuda aos refugiados venezuelanos, que atualmente se encontram numa situação de vulnerabilidade.
“Estão precisando do nosso apoio e carinho, logo, estamos retribuindo”, frisou.
Novas oportunidades
O venezuelano Ruben Merchan, 69 anos, há dois meses está no abrigo a espera de uma oportunidade de emprego, seja como professor de línguas ou na área de estoques de mercadorias, da qual tem conhecimentos. Como a esposa ficou na Venezuela, precisa urgentemente trabalhar para mandar ajuda financeira para ela.
“Estou sendo muito bem tratado aqui no abrigo, onde encontrei, além de dormida e alimentação, pessoas amigas e que estão tentando me ajudar a encontrar um trabalho”, informou.
Por sua vez, o venezuelano Alberto Garcia, 33 anos, também está no abrigo, há uma semana, juntamente com a esposa e um filhinho, onde foi recebido pela equipe da Seas. Eletricista, na área de manutenção e reparação de instalações elétricas, Alberto está à procura de trabalho na atividade, mas também aceita trabalhar em outras áreas que possa lhe render dinheiro para cuidar de sua família.
“O abrigo é excelente, mas preciso encontrar alternativas para me manter fora daqui com minha família”, sintetizou.