Mais uma vacina integra o portfólio de imunizantes contra a covid-19 utilizados no Brasil. A vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, começou a chegar ao país nesta semana com a distribuição prevista aos estados para os próximos dias. O lote enviado ao Amazonas não será destinado às pessoas de grupos minoritários. Será utilizado na segunda edição do mutirão de vacinação nesta terça-feira (29) a partir das 18h em Manaus nas pessoas da população em geral.
A vacina tem duas vantagens sobre as demais: é a única administrada em dose única e requer apenas refrigeração básica, podendo ser mantida em freezers normais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o imunizante apresenta alta eficácia na prevenção de hospitalização e morte pela covid-19.
Os resultados dos testes clínicos publicados no periódico científico “New England Journal of Medicine” apontam uma eficácia global de 66% contra os casos moderados e graves da doença.
A aplicação consiste em uma injeção intramuscular de 0,5 ml.
Confira abaixo alguns pontos para saber sobre esse imunizante:
Como a vacina da Janssen é feita?
O imunizante, conhecido tecnicamente como Ad26.COV2.S, usa a mesma metodologia utilizada pelas vacinas de Oxford/AstraZeneca e a Sputnik V. É a tecnologia de vetor viral, em que um vírus enfraquecido transporta os genes virais para dentro das células, sem o poder de se replicar, estimulando a resposta imunológica.
Esse processo cria células T de “memória” e anticorpos que permanecem na corrente sanguínea para proteger contra futuras infecções por coronavírus.
Quando a imunização é alcançada?
A vacina da Janssen apresenta uma eficácia de 66,9% contra casos moderados e graves 14 dias após a aplicação. De acordo com os ensaios clínicos de fase 3 conduzidos simultaneamente em oito países, incluindo o Brasil, após 28 dias, a eficácia contra os casos moderados a grave fica em 66%.
Protege contra variantes?
Um estudo publicado na revista científica Nature, no dia 9 de junho, mostra que a vacina da Janssen é capaz de estimular anticorpos contra algumas das principais variantes do coronavírus, como a Alfa (B.1.1.7, do Reino Unido), a Beta (B.1.1351, da África do Sul), a Gama (P.1, de Manaus) e a Epsilon (CAL.20C, dos Estados Unidos).
Quem pode receber a dose da Janssen?
De acordo com a bula da vacina, o imunizante pode ser aplicado em indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos.
Aqueles que têm reação alérgica a qualquer um dos ingredientes, como ácido cítrico mono-hidratado, etanol, ácido clorídrico, polissorbato 80, cloreto de sódio e hidróxido de sódio, não podem receber a vacina.
Quanto às gestantes e mulheres que estejam amamentando, a orientação é consultar um médico antes de tomar a vacina. A empresa também sugere o mesmo para indivíduos com problemas hemorrágicos ou em uso de anticoagulante; imunodeprimidos ou pessoas que tomam remédios que enfraquecem o sistema imunológico.
Efeitos colaterais
Vale destacar que todas as vacinas podem causar efeitos colaterais. Porém, as possíveis reações são menos perigosas que a própria doença causada pelo novo coronavírus. No caso da vacina da Janssen, a farmacêutica informou que a aplicação pode gerar reações no local da injeção, como dor, vermelhidão na pele e inchaço.
Durantes os testes clínicos ainda foram relatados dor de cabeça, sensação de cansaço, dores musculares, náusea e febre, conforme a reportagem do site Catraca Livre.
Veja abaixo mais efeitos possíveis:
Os efeitos colaterais comuns podem incluir:
- febre;
- dor, vermelhidão ou inchaço no local da injeção;
- náusea;
- dor de cabeça, dor muscular;
- sensação de cansaço.
Os efeitos colaterais graves podem incluir:
- pele pálida ou úmida, suor, sensação de calor ou frio;
- sensação de ansiedade, náusea, fraqueza ou tontura;
- batimentos cardíacos lentos, respiração rápida;
- mudanças na visão ou audição.