*Lucas dos Santos – Especial para Dia a Dia Notícia
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Manaus (STTRM), Givancir Oliveira, afirmou que a greve iniciada nesta terça-feira (15) continuará, nesta quarta-feira (16), e com mais força, paralisando 50% da frota. Segundo ele, não houve avanço nas negociações nem com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram), nem com a Prefeitura de Manaus.
“Na verdade, foi só um aquecimento. Não houve greve ainda. Vai haver greve a partir de amanhã, porque nesse exato momento, nem o Sinetram, nem a prefeitura deram nenhum sinal para os trabalhadores”, disse.
A categoria reivindica reajuste de 12% no salário, cesta básica e gratificação de R$ 1,2 mil para motoristas que fazem dupla função e a permanência dos trabalhadores como cobradores de ônibus. Givancir Oliveira informou que houve uma reunião com a prefeitura, representada pelo superintendente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Arnaldo Flores, onde foi apresentada uma proposta de desligar 33% dos trabalhadores em 2025, mas o sindicato foi contra, além de rejeitar a proposta de reajuste de 5%.
“Hoje, o pessoal vai dar uma ‘descansadinha’ para amanhã voltar com força total e com certeza será maior do que hoje. Vai ser paralisado 50%, de acordo com a decisão judicial. Graças à Justiça, que entendeu que a nossa luta é legal, é lícita, e a luta continua. A greve não tem prazo para acabar. Estamos só começando”, declarou em entrevista coletiva.
A decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11) determinou que 70% da frota circule nos horários de pico – entre 6h e 9h e 17h e 20h – mas nos outros horários está permitida a circulação mínima de 50%. Caso haja menos ônibus que o determinado, os trabalhadores poderão ser multados em R$ 60 mil.
Impacto
Alguns moradores de Manaus foram pegos de surpresa com a greve nesta terça-feira. Nas ruas e nas redes sociais, moradores demonstraram insatisfação com a lotação dos poucos veículos e dos terminais. Durante uma entrevista para o site Rede Onda Digital, uma passageira chegou a xingar o prefeito David Almeida (Avante), sem citar seu nome.
“Desde 6h da manhã que estamos aqui. Esse vagabundo não manda ônibus, esse vagabundo. Na hora de pedir voto ele está aqui, dizendo que vai ser o melhor prefeito, isso é um vagabundo”, disse.
Outra passageira também relatou estar desde cedo aguardando ônibus e criticou David Almeida. A paralisação também provocou cancelamento das aulas na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), duas das maiores instituições de ensino superior da região.