*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Nesta quinta-feira (22), o rio Negro apresentou uma queda significativa de 21 centímetros, marcando a maior vazante desde o início do fenômeno em junho deste ano. Para efeito de comparação, em 2023, ano que registrou a maior cheia do Amazonas, essa marca só foi atingida no dia 7 de setembro, quando a estiagem normalmente atinge seu pico. Segundo dados do Porto de Manaus, o nível atual do rio está em 22 metros e 15 centímetros, uma diferença de dois metros e oito centímetros a menos que no mesmo período do ano passado.
A situação da vazante preocupa especialistas e moradores da região. O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) está preparando um “Alerta de Vazante da Bacia do Amazonas”, que será divulgado nesta sexta-feira (23). No porto da Manaus Moderna, na zona Centro-Sul da capital, as balsas onde os barcos atracam já se encontram a uma distância considerável da rua devido à formação de uma extensa praia. O capitão Josenias Nogueira, de 59 anos, que trabalha há quatro décadas no transporte fluvial, observa que a situação é crítica e acredita que “essa seca vai ser a maior que já houve”.
De acordo com o mais recente Boletim Hidrológico da Bacia Amazônica, divulgado pelo CPRM-SGB em 16 de agosto, a bacia do rio Negro está em um processo de recessão, com uma média diária de descida de 5 centímetros em São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, e 13 centímetros em Manaus, onde o rio está 90 centímetros abaixo da faixa de normalidade.
O boletim também revela que a bacia do rio Amazonas continua em processo de vazante, com descidas diárias de 8 centímetros em Parintins e 7 centímetros em Óbidos, estando abaixo da normalidade para o período. Na bacia do rio Madeira, em Humaitá, foram registradas pequenas descidas diárias de 4 centímetros, embora as cotas já sejam consideradas baixas para esta época do ano.