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Redes sociais vêm promovendo mudanças e novas posturas de políticos no Amazonas

*Lane Gusmão – Dia a Dia On-line

Nas redes sociais, cada vez mais, o eleitor tem acompanhado o dia a dia e a vida pública dos políticos do Amazonas. A internet possibilitou uma comunicação sem interferência, onde o cidadão envia mensagens fazendo sugestões e até questiona  comportamentos. O cuidado dos políticos deve ser redobrado nessas eleições municipais, para aqueles que vão entrar na disputa.

O exemplo mais recente aconteceu com o vice-líder do governo na Assembleia Legislativa do Amazonas, deputado Álvaro Campelo (PP), que entregou a vice-liderança do governo Wilson Lima e voltou ao bloco independente. Ao portal Dia a Dia, o parlamentar admitiu que a postura foi tomada após questionamento dos eleitores.

“Eu ouvi meus eleitores, eles pediam que eu tomasse outra postura, não concordavam com a minha posição de vice-líder. Tenho mais de 52 mil seguidores no facebook e eles são participativos”, disse Álvaro Campelo.

As cobranças vieram principalmente após os escândalos da saúde no governo, com compra de respiradores com preço acima do mercado,  matérias nacionais divulgando contratos milionários, e agora a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga pagamentos superfaturados feitos na área da saúde durante a pandemia.

Quem também mudou a postura nas redes sociais foi a deputada estadual Joana D’Arc(PL), líder do governo na casa. Os rumores de que ela apagou as postagens com o governador e que evita publicar ou compartilhar ações do governo, repercutiu. Entramos em contato com a deputada que não respondeu sobre a possível mudança.

O uso da internet na campanha

Por conta da pandemia, a campanha eleitoral esse ano deve ser, em sua maioria, pela internet. É o que sinalizam alguns especialistas, para evitar aglomeração e manter o distanciamento social por um período que garanta a segurança das pessoas, as datas da eleição também já foram modificadas, para novembro, na esperança de que até lá, os número da covid-19, caiam. Outra medida é a ausência da biometria nas urnas eleitorais.

Mas as mudanças não são exclusivas de 2020, se puxarmos na lembrança a última eleição, muitos candidatos investiram nas redes sociais durante a campanha, o presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, utilizou a internet, já que o tempo nos programas eleitorais gratuitos eram pequenos. Por meio de live, postagens e vídeos, ele aumentou a popularidade no Brasil.

No Amazonas também tivemos o caso de um parlamentar “novato”, que ganhou milhares de seguidores mostrando o trabalho em tempo real. O deputado federal, capitão Alberto Neto (Republicanos), começou a postar o resultado das operações policiais e viu o número de seguidores triplicando, depois investiu em lives, mostrando ao vivo as ações da polícia militar, e logo ele já era o favorito dos internautas do facebook.

“Eu não imaginava que tudo aquilo me levaria ao Congresso (Câmara Federal), na verdade a minha candidatura foi algo que veio das redes sociais,  eles que me incentivaram a entrar na política para brigar pelos nossos direitos com outras armas. Claro, eu já me interessava sobre política e entendia como funcionava o sistema democrático e o incentivo da população foi o empurrão que precisava. Na eleição passada minha campanha foi 80% pelas redes sociais e vejo hoje que esse é melhor caminho, nos dias de hoje, principalmente por causa da pandemia”, explicou o deputado federal.

Muitos deputados têm investido em gabinetes virtuais, recebendo até sugestões de projetos. “Já recebi vários projetos, principalmente pelo meu gabinete virtual e pela minha rede social. Inclusive o meu PL 2017 (que aumenta o percentual da margem consignada que incide sobre remuneração ou do benefício de aposentadoria de 35% para 40%) que está prestes a ser votado na câmara e está tendo uma repercussão nacional foi sugestão de um eleitor”.

Adaptação

Mesmo investindo em páginas eletrônicas e nos perfis digitais, a maioria dos políticos ainda não entendeu o novo modelo de comunicação, de acordo com o consultor e especialista em marketing digital, Rodrigo Gadelha.

“Com a pandemia as pessoas tiveram de se adaptar ao novo modelo de comunicação, mudança de paradigmas. Nós tivemos uma aceleração da transformação digital, que esperávamos um pouco mais pra frente. E com as eleições tão próximas, o que vemos é que nem todos estão preparados. O digital é relacionamento, e a pré-campanha é mais importante do que a campanha de fato, aquela da véspera”, disse Gadelha.

Diferente dos veículos tradicionais (Tv e rádio), usados nas propagandas eleitorais em que o candidato expõe as ideias, propostas em um determinado período do dia, na internet existe a interação, o engajamento e o relacionamento com as pessoas.

“O candidato faz um post, recebe 50 comentários e não responde nenhum. Que tipo de relacionamento é esse? O internauta, que é o eleitor, precisa ser estimulado, e para ter a atenção é preciso dar atenção. Costumo dizer que o digital é o posicionamento, é criar um relacionamento com o outro. Não só produzir material, mas estimular o outro a produzir esse material, e criar uma rede de comunicação”, explicou.

Internautas são eleitores

Os eleitores na internet monitoram tudo. Resultados de votação, posicionamentos e até a vida social dos parlamentares. A estudante Érica Taís se diz uma eleitoral digital e explica que está sempre conectada para ver se o representante que ela escolheu está agindo como prometeu.

“Nos dias atuais é mais fácil acompanharmos o trabalho deles, nesse período de pandemia, que fico mais em casa, parei pra acompanhar os trabalhos no congresso, assembleia e câmara, entender um pouco mais sobre política e ver se de fato nossos representantes estão cumprindo o que prometeram. Assim, farei uma escolha mais consciente”, disse.

Para a estudante, Maria Eduarda, que vai votar pela primeira vez, a escolha já começou. “Agora quando vejo um político anunciando a candidatura eu vou checar nas redes sociais o que ele fez, faz ou promete fazer, assim eu espero fazer uma boa escolha, afinal por 4 anos, se eleito, ele vai representar aquilo que eu acredito ser o necessário”,  explicou a jovem.

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