*Da Redação Dia a Dia Notícia
A Justiça de São Paulo condenou a Record a pagar R$ 30 mil de indenização à mãe de um adolescente morto em Paraisópolis por tê-la enganado para conceder uma entrevista. Segundo o colunista Rogério Gentile, do UOL, o juiz Fabio Evangelista de Moura afirmou que a emissora agiu de forma “dolosamente enganosa” ao persuadir a mulher a falar sobre a tragédia que, em 2019, deixou nove jovens mortos durante uma ação policial em um baile funk.
Segundo o processo, em junho de 2023, a emissora procurou a mãe do garoto sob o pretexto de relembrar a morte dos jovens. A mulher aceitou participar, mas posteriormente desautorizou o uso de sua imagem ao perceber que a reportagem teria sido conduzida para culpabilizar os bailes funks, em vez de responsabilizar a ação policial.
Ainda segundo os autos, o produtor teria assegurado que a reportagem iria cobrar as autoridades pela ação e também prometeu enviar o texto final para aprovação da entrevistada, o que não ocorreu.
De acordo com a publicação, o magistrado destacou em sua decisão: “Não causa espanto a forma como a reportagem foi editada. Infelizmente, faz parte do discurso ideológico capitalista, no qual a empresa ré se apresenta como baluarte, criminalizar, sempre que possível, as pessoas mais pobres e enaltecer o sistema de repressão policial.”
Em sua defesa, a Record afirmou que a matéria teve como objetivo retratar os bailes funks de São Paulo e não atribuir culpas sobre as mortes. A emissora ainda lembrou que o processo referente à atuação policial segue em andamento na Justiça.
A Record ainda pode recorrer da decisão.
