*Audrey Bezerra – da Redação Dia a Dia Notícia
Em entrevista ao Dia a Dia Notícia, o empresário Caio Magalhães, pai de mais uma criança autista vítima da terapeuta ocupacional e fisioterapeuta Samia Patricia Riatto Watanabe, denunciada por crime de maus-tratos, em Manaus, disse que teve acesso às imagens de três dias de sessões na clínica Speciale Clínica Multidisciplinar, onde a terapeuta atendia e constatou que, além dos maus-tratos, ela ainda roubava o lanche da criança, que na época tinha 3 anos.
O pai da criança disse que o filho fez 53 sessões com a Samia, de dezembro de 2020 a julho deste ano, e que durante esse período não houve nenhuma evolução no tratamento do menino e ela não realizava nenhum tipo de intervenção terapêutica. “Ao comparar o trabalho dela com de outro profissional que também acompanhou o nosso filho, observamos uma evolução maior, inclusive no comportamento”, contou, acrescentando que a terapeuta também demorava para apresentar o relatório de desenvolvimento da criança e que as sessões não tinham resultados.
“Queremos que essa pessoa não fique impune, que ela pague pelo que ela faz com pessoas que não podem se defender. Ainda estamos muito chocados, parei de assistir os vídeos um pouco porque isso nos chocou muito, é horrível”, relata.
O empresário disse ainda que ao ver as imagens é observado que Samia mexia na bolsa da criança, escolhia o que iria comer e em diversos momentos ela ficava no celular e não dava a atenção devida ao menino. Ele disse que ainda está analisando as filmagens e conversando com o advogado, mas que ainda nesta sexta-feira, dia 08, ele fará um boletim de ocorrência na delegacia para registrar uma nova denúncia.
“Assistindo os vídeos, nós analisamos várias situações. Nas primeiras, ela passa 20 minutos no telefone, comia a comida da criança sem o nosso consentimento, sem autorização e ainda sob risco sanitário, porque nesse período ainda estávamos numa pandemia da covid-19”, relatou.
Em uma das filmagens, Caio conta que ela ficava deitada e sem dar o tratamento adequado para o filho. “Só em uma sessão, ela deixou de atender por 40 minutos, sendo que a sessão era de 50 minutos. Imagina seu filho perder seis meses de tratamento precoce, isso é um prejuízo imensurável para uma criança com autismo. Ele deixa de progredir”, desabafa.
No último dia 3 de outubro, o Dia a Dia Notícia mostrou um vídeo denunciando a terapeuta Samia por crimes de maus-tratos contra uma criança autista de 8 anos. As cenas foram gravadas na clínica Speciale. Nelas, a terapeuta desfere tapas na cabeça e chega a pegar no braço do menino com força. “Senti uma angústia gigantesca desde o primeiro vídeo e segui chorando do início ao fim, pois vi claramente que ela não realizava nenhum tipo de intervenção terapêutica com ele, ora ficava no celular, ora conversava com algumas pessoas que ficavam na sala. Meu filho ficava “preso” em uma mesa e cadeira o tempo inteiro. É nítido perceber a opressão que ela causava nele”, lamentou a mãe e farmacêutica bioquímica de 38 anos, ao descrever o que sentiu quando viu as imagens das sessões com seu filho de 8 anos.
