*Da Redação Dia a Dia Notícia
Uma equipe da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) encontrou na última quarta-feira (28/9) um telefone via satélite e os documentos pessoais do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira. Os dois foram assassinados em 5 de junho deste ano. Os objetos estavam numa área próxima ao local onde a dupla foi morta, às margens do Rio Itacoaí.
Os diretores da Univaja afirmaram que irão encaminhar os itens encontrados à Polícia Federal. A perícia no telefone pode contribuir com as investigações sobre a morte dos dois. Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, que publicou a informação, a quebra de sigilo do aparelho pode mostrar se Dom fez imagens ou gravou conversas dos suspeitos de executarem o jornalista e o indigenista.
Dom Philips e Bruno Pereira foram mortos com tiros de uma espingarda calibre 16 e tiveram seus corpos esquartejados e queimados pelos criminosos. Até o momento, a Polícia Federal prendeu três suspeitos de participarem do crime: Amarildo de Oliveira (o Pelado), seu irmão Oseney Costa de Oliveira (o Dos Santos) e Jefferson Lima da Silva (o Pelado da Dinha). Todos eram moradores de comunidades ribeirinhas no município de Atalaia do Norte (AM).
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Os agentes federais também apuram o envolvimento dos suspeitos em invasões e pescas ilegais da Terra Indígena do Vale do Javari, prática que teria sido denunciada por Bruno há pelo menos dois anos. Nesse inquérito, a PF prendeu Jânio Freitas de Souza e Laurimar Lopes (o Caboblo), além de três irmãos de Pelado: Otávio Costa de Oliveira, Amarílio Oliveira e Elicley Costa de Oliveira (o Sirinha).
Na casa do último, a polícia apreendeu duas canoas, serrotes, facões e uma motosserra que teria sido usada para esquartejar as vítimas. Além dos cinco envolvidos, a PF incluiu no inquérito que apura as mortes de Dom e Bruno o nome de Rubens Villar Coelho, narcotraficante apontado como financiador das invasões no Vale do Javari.