*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
O Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e o Solidariedade anunciaram a fusão entre as legendas para superar a cláusula de barreira, que retiraria tempo de propaganda e os fundos partidário e eleitoral. No estado do Amazonas, os maiores expoentes das legendas foram o ex-governador José Melo (Pros) e o deputado estadual Ricardo Nicolau (Solidariedade).
A decisão foi comunicada pelos presidentes nacionais do Pros e do Solidariedade, Eurípedes Júnior e Paulinho da Força, nessa segunda-feira (17/10). Os dirigentes optaram pelo processo de incorporação, quando um partido absorve outro, em vez da fusão formal. Dessa forma, o nome e o número da legenda pode ser mantido, diferente do processo que gerou o União Brasil (União), resultado da fusão entre o Partido Social Liberal (PSL) e o Democratas (DEM).
Após a incorporação, será mantido o nome Solidariedade e o número eleitoral 77. O nome e a sigla do Pros, bem como o número eleitoral 90, deixarão de existir.
“A junção proporcionará um partido forte em todo o Brasil, capaz de agregar forças políticas que comunguem dos princípios democráticos e cuidado social”, diz a nota assinada por Eurípedes Júnior e Paulinho da Força.
Após o término do processo, a legenda passará a ter 8 deputados federais no Congresso Nacional. O Solidariedade teve Ricardo Nicolau como candidato ao governo do Amazonas no primeiro turno, que terminou em quarto lugar. Ainda na região Norte, elegeu no primeiro turno o candidato Clécio Luís para o governo do Amapá.
No segundo turno, o partido tem a ex-petista Marília Arraes como candidata ao governo de Pernambuco, que disputa o cargo com Raquel Lyra (PSDB).
O Pros, em seu nascimento em 2014, tinha nomes de peso como Ciro e Cid Ferreira Gomes, hoje no PDT, e o ex-governador do Amazonas José Melo, cassado em 2017. Melo se candidatou à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) no pleito de 2022, não obtendo vitória.
Outros partidos tiveram o mesmo fim
Desde a implementação da cláusula de barreira em 2017, cinco agremiações partidárias deixaram de existir, seja por incorporação ou fusão.
O PSL e o Democratas se fundiram em 2022 para formar o União Brasil, a fim de garantir uma boa fatia dos fundos de financiamento político disponíveis no Congresso Nacional.
Outros partidos foram incorporados por legendas maiores por não atingirem a cláusula de desempenho, tal qual o Pros:
- Partido Pátria Livre (PPL), incorporado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB);
- Partido Humanista da Solidariedade (PHS), incorporado ao Podemos;
- Partido Republicano Progressista (PRP), incorporado ao Patriota;
A tendência é de que mais legendas deixem de existir até 2030, quando a cláusula de barreira será de 15 deputados eleitos, ou atingir 3% dos votos válidos. O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) convocou seus filiados para votarem uma possível incorporação da legenda ao Patriota. Por enquanto, o caso ainda está no campo das tratativas.